O que a Igreja Católica ensina sobre seres extraterrestres

Desde que Galileu (1564-1642) apontou seu telescópio para observar os céus, há 400 atrás, na Itália, a humanidade vem realizando descobertas surpreendentes sobre o Universo. Com o nascimento das ciências espaciais, como a Astronomia e a Astrofísica, e com auxílio de novas tecnologias, se tornou possível ao homem explorar melhor o universo, descobrir sua grandeza e levantar novos questionamentos.

Graças ao avanço da ciência, foi possível descobrir que o Universo é muito maior do que pensavam os homens da antiguidade. Atualmente se fala de algo em torno de 2 trilhões de galáxias, cada galáxia com bilhões de estrelas, e cada estrela com um conjunto de planetas. Portanto, são trilhões e trilhões de planetas. Segundo o físico brasileiro, Marcelo Gleiser, somente na Via Láctea, a galáxia em que vivemos, existem 200 bilhões de estrelas e possivelmente trilhões de planetas. São cifras numéricas que escapam da nossa imaginação. (Marcelo Gleiser. O Universo. Folha de São Paulo. São Paulo, SP. 14/07/2013).

Com as novas descobertas também a especulação pela vida em outros planetas se intensificou. Essa curiosidade tem motivado muitos pesquisadores a buscar respostas sobre a possibilidade de vida inteligente fora da Terra. Duas grandes perguntas instigam as pessoas. Existe vida inteligente fora da Terra? E se existe vida inteligente fora do nosso mundo é possível que esses seres extraterrestres estejam visitando o nosso planeta?

Na ânsia de validar suas crenças muitas pessoas relatam terem vistos Ets. Outros garantem ter registros fotográficos e vídeos de objetos voadores não identificados, como prova da existência da vida extraterrestre. As visões de ETs geralmente não passam de confusões feitas pelos visionários, induzidos pelas suas crenças.  Já os registros fotográficos e vídeos não passam de registros de fenômenos meteorológicos ou objetos avistados no espaço celeste. É o que dizem os pesquisadores sérios.

O paradoxo de Fermi, atribuído ao físico italiano, Enrico Fermi (1901-1954), toma como ponto de partida a grandeza do universo com trilhões de estrelas e planetas, para postular a possibilidade dos extraterrestres. Dado o tamanho e incomensurabilidade do universo é grande a probabilidade de vida inteligente fora da Terra. Mas o fato é que os pesquisadores nunca conseguiram detectar sinais nem vestígios de seres alienígenas. Observa inda o paradoxo, que se realmente existisse vida inteligente fora da Terra nossa galáxia já teria sido povoada umas mil vezes, porém não há evidências de povoação. Além disso, o paradoxo sugere que devido às enormes distâncias no universo não é possível cogitar viagens interestelares. Portanto, se existe vida inteligente fora da Terra, distante do campo de observação das tecnologias atuais, não é possível contato desses seres conosco e vice versa.

Muitos católicos buscam saber se a Igreja apóia ou é contra a crença nos extraterrestres. Porém, a Igreja não se preocupa em afirmar nem negar os extraterrestres. Esse é um assunto reservado aos estudiosos das ciências espaciais. E como os cientistas sérios não afirmam a existência e muito menos o contato com seres de outros planetas, a Igreja não assume a veracidade de contatos com extraterrestres.

Portanto, em sintonia com a ciência, a Igreja não nega a possibilidade de vida inteligente em outros planetas, mas não aceita quaisquer revelações espirituais ou supostas aparições de extraterrestres, uma vez que a ciência assegura não ter evidências de contato com esses seres, caso existam em algum planeta distante.


Para aprofundar, leia. Frei Betto. A Obra do Artista: uma visão holística do universo. Editora Ática.

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