Se amar o próximo não é fácil, como amar aqueles (as) que nos prejudicam, nos perseguem e nos caluniam? A liturgia de hoje nos convida a ter a um amor sem limites, mesmo para com os inimigos, e a pôr de lado a lógica da violência, substituindo-a pela lógica do amor.
Na 1ª leitura (1Sm 26,2.7-9.13-13.22-23), encontramos o exemplo de Davi. Perseguido de morte por Saul no deserto, Davi não permite que matem Saul: “Não o mates, porque ele é o ungido do Senhor”. Num tempo em que valia a lei do talião: “dente por dente, olho por olho”, admiramos o generoso gesto de perdão de Davi.
A 2ª leitura (1Cor 15,45-49) afirma que o amor vivido sem limites é um anúncio do mundo novo que nos espera no além.
No Evangelho (Lc 6,27-38), Jesus continua o “Sermão da Planície” e nos convida a ir além do perdão: amar os inimigos, fazer o bem aos que nos odeiam, abençoar os que nos maldizem e rezar pelos que nos caluniam… E lembra o que já foi dito no Antigo Testamento: “O que desejais que os outros vos façam, também deveis fazer a eles.” E conclui com a motivação: “Assim sereis filhos do Altíssimo, porque Deus é bondoso também para com os ingratos e maus”. Jesus não estaria pedindo demais? Partindo de conceitos humanos, a resposta é: Sim! Partindo da lógica de Deus, que ama incondicionalmente todos os seus filhos e filhas, a resposta é: Não! Quem se sente irmão do outro, em Jesus Cristo, se esforça para amar sem reservas e perdoar sem colocar condições.
Peçamos a Deus muita luz para compreender a grandeza do perdão e muita força para poder praticá-lo.
Bom domingo! Deus te abençoe.
Fonte: Diopuava
Dom Amilton Manoel da Silva, CP é um missionário passionista e bispo diocesano de Guarapuava PR.