Santo Alberto de Jerusalém: Bispo inspirado pela graça divina

Santo Alberto de Jerusalém, cuja memória se celebra no dia 8 de abril, foi um grande defensor da fé cristã e um pastor zeloso, no tempo em que foi bispo de Vercelli, na Itália, e depois Patriarca de Jerusalém.

  Alberto era natural da Itália, descendente de uma nobre família do ducado de Parma, tendo nascido em 1149. Quando ainda era jovem, fez-se religioso e entrou para o convento dos Cônegos de Santo Agostinho, em Mortara, os quais, depois de alguns anos, o elegeram Superior da comunidade religiosa. Passados três anos, foi indicado para bispo de Bóbbio, dignidade que não foi aceita, inicialmente, porque ele era muito humilde e modesto.

Poucos anos se passaram e a vontade do Papa Lúcio III prevaleceu, nomeando-o bispo de Vercelli, em 1184, cargo que exerceu por vinte anos. Era rigoroso contra si próprio, mas paciente com os fiéis; incansável no cumprimento dos deveres, era dedicado às obras de penitência, oração e caridade. Era um bom conciliador e algumas vezes servia de árbitro em questões de litígio. Devido a sua intervenção, cessou uma antiga inimizade entre as cidades de Parma e Piacenza.

A fama de sua santidade tinha chegado até a Terra Santa. Quando vagou a Sé patriarcal de Jerusalém, o clero daquela cidade concentrou os votos em Alberto para sucessor do Patriarca falecido, em 1205. O Papa Inocêncio III não só aprovou a eleição, mas ainda insistiu com o eleito para que a aceitasse, fazendo-lhe ver que as condições em que se achava a Terra Santa, requeriam um braço forte, se não se preferisse o desaparecimento do cristianismo, diante da pressão fortíssima dos maometanos. No início, o Patriarca precisou habitar em Acra.

Antes de mais nada, Alberto procurou conhecer bem a situação da Igreja naquele país. Com orações e jejum pediu a luz de cima, para acertar com os meios de socorrer a cristandade nas suas necessidades. Deus iluminou-o e abençoou-lhe nos trabalhos, de um modo palpável. Grande número daqueles que tinham abandonado a fé, voltaram ao seio da Igreja, e outros, transviados no caminho do pecado e do vício, contritos se converteram. A palavra, mas antes de tudo a santidade do bispo, fizeram com que gozasse do maior prestígio, não só entre os cristãos, mas ainda entre os inimigos da cruz, os sarracenos (muçulmanos), o que muito concorreu para a situação da Igreja tornar-se bem mais tolerável na Palestina.

Além dos trabalhos pastorais, incumbiu-se Alberto da redação de uma regra da Ordem do Carmo. Os Carmelitas eram eremitas, que moravam no monte Carmelo, no litoral da Terra Santa. Tinham por padroeiro o profeta Elias, que com os seus discípulos habitara no mesmo lugar. A regra que Alberto lhes deu, é um documento de sabedoria e prudência. Desde aquele tempo, começou a Ordem a crescer muito.

Oito anos durou o patriarcado de Alberto na Palestina. Estimado por todos, surgiu-lhe um inimigo, na pessoa de um malfeitor. Alberto, vendo o mau procedimento daquele homem, tinha por diversas vezes, por meios persuasivos, procurado afasta-lo da senda do crime. Mas, em vez de se emendar, sua vida era cada vez mais escandalosa, chegando ao final o ponto de merecer a pena de excomunhão, com o que o patriarca o ameaçou. Exasperado com a justa energia do Prelado, jurou tirar vingança. Na festa da Exaltação da Santa Cruz de 1214, quando o Patriarca, rodeado de muitos representantes do clero, celebrava o culto litúrgico, o criminoso penetrou no recinto sagrado e apunhalou-o. Alberto morreu quase que instantaneamente, pranteado pelos fiéis que o veneravam como Santo.

O exemplo de Santo Alberto ensina-nos como devemos procurar a nossa santificação, especialmente quando temos funções importantes ou grandes responsabilidades. Quanto maior for o trabalho, quanto mais pesada a responsabilidade, tanto mais precisamos da graça divina. Fiquemos certos de uma coisa: Sem a graça de Deus, nada faremos; sem a sua bênção, o nosso trabalho nada vale. Em tudo e para tudo, precisamos da assistência divina, da graça de Deus a nos acompanhar e guiar.