Reflexão litúrgica: Quarta-feira, 29/06/2022
13ª Semana do Tempo Comum
Na Liturgia desta quarta-feira da XIII Semana do Tempo Comum, vemos, na 1a Leitura (Am 5,14-15.21-24), que ser chamado de cristão não é uma garantia de salvação e que os ritos religiosos não tem efeito mágico. A promessa da vida eterna é condicionada à retidão da conduta moral, e antes de tudo à prática da justiça. Não se pode trocar Deus por uma qualquer das divindades pagãs, que se contentam com sacrifícios materiais num quadro de festividade exterior. Ritos e muita animação musical causam simplesmente enjoo a Deus, quando não são expressão de uma sincera atitude da alma e quando o proceder contrasta com os atos exteriores da religião.
No Evangelho (Mt 8,28-34), vemos que a vitória de Jesus sobre o mal é sinal luminoso de que o Reino de Deus é realidade já presente no mundo. Em terra estrangeira, Jesus se encontra com pessoas que carregam, de forma profunda, muitos efeitos e formas da dominação. Sua intervenção libertadora envia os poderes do mal para o fundo do mar, recordando o destino do exército egípcio que perseguia os hebreus liderados por Moisés. Mas há tantos tão acostumados com a dominação, que não suportam que alguém como Jesus permaneça entre eles. Jesus é salvação para quem o aceita, não para quem, conhecendo-o, quer que se afaste do seu território. A salvação exige decisão pessoal.
É dramático que os demônios sintam que Cristo lhes desbarata as forças, e os homens libertados por ele não o reconheçam como salvador. Jesus é expulso como indesejável. Abrira o caminho para Deus, que os demônios não mais podiam obstruir, mas os homens se recusam a percorrê-lo, antes procuram persegui-lo e leva-lo à morte.
Ainda hoje muitíssimos ignoram a existência do demônio e seu influxo no mundo, mas, o mal moral que se difunde terrivelmente não pode deixar de impressionar. O cristão sabe que a vitória de Cristo será completa no fim dos tempos, quando todos os homens tiverem combatido e triunfado juntamente com ele. Somos chamados a lutar, serena, mas constantemente, contra o mal, antes de tudo contra o que sentimos dentro de nós. Cristo Jesus não nos deixará faltar sua força.
Boa reflexão e que possamos produzir muitos frutos para o Reino de Deus.
Padre Leomar Antonio Montagna é presbítero da Arquidiocese de Maringá, Paraná. Doutorando em Teologia e mestrado em Filosofia, ambos pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná – PUCPR – Câmpus de Curitiba. Foi professor de Teologia na Faculdade Missioneira do Paraná – FAMIPAR – Cascavel, do Curso de Filosofia da PUCPR – Câmpus Maringá. Atualmente é Pároco da Paróquia Nossa Senhora das Graças em Sarandi PR.