Reflexão litúrgica: Quinta-feira, 30/06/2022
13ª Semana do Tempo Comum
Na Liturgia desta quinta-feira da XIII Semana do Tempo Comum, vemos, na 1a Leitura (Am 7,10-17), que no ano de 760, antes de Cristo, Jeroboão era o Rei de Israel, com sede em Betel, onde estava situado o santuário. A corte governava para uma pequena parcela de privilegiados e entre eles estavam os sacerdotes do templo. Neste sentido, a religião era um suporte ideológico para encobrir as injustiças e práticas perversas, pois mantinha uma realidade de abismo entre ricos e pobres por meio de uma sustentação teológica. É neste contexto que Deus manda o profeta Amós, especialmente neste momento difícil, pois a fé e a moral estão degeneradas e os valores estão diluídos. Um profeta sempre é escolhido por Deus, ensina com palavras, mas mais ainda com seu testemunho de vida. O profeta não visa seu próprio interesse, não teme desafiar a ordem estabelecida, defende a justiça e discerne quando o poder é ou não legítimo. Para ele a religião tem que ser comunhão com Deus e não suporta a falsidade do culto, por isso ele é sempre uma voz incômoda. Amós é expulso pela corte e pelos funcionários do templo: “Vai-te daqui… porque aqui é o santuário do rei”. Em nome de Deus, o profeta segue sua missão com ousadia e coragem, assim como fez Jesus: “Passando pelo meio deles, continuou o seu caminho” (Lc 4,30).
No Evangelho (Mt 9,1-8), vemos que a ação de Jesus está a serviço da libertação integral do ser humano. Jesus cura e salva para mostrar a profundidade da intervenção de Deus na vida dos seres humanos, para fazê-los livres e responsáveis. O paralítico que Jesus cura, neste Evangelho, é a humanidade inteira, são todos os necessitados, isto é, todos aqueles que são incapazes de caminhar com suas próprias forças. Depois do encontro com Jesus, a pessoa se torna livre, se torna uma pessoa nova. A comunidade que somos nós, Igreja Corpo Místico de Cristo, tem poder quando, com fé, leva as pessoas a Jesus. A comunidade deve superar os obstáculos e preparar o acolhimento por meio de sua organização pastoral, por meio das CEBs, Grupos de Oração, das instituições que trabalham com muitos paralíticos de alma, excluídos, afastados e tantos outros, pois só assim haverá o encontro verdadeiro com Jesus. Havendo o encontro, haverá a cura e esta não será um bem somente para a própria pessoa, mas, também, para a família, para a Igreja e para toda a sociedade. Pessoas novas viverão num mundo novo.
Boa reflexão e que possamos produzir muitos frutos para o Reino de Deus.
Padre Leomar Antonio Montagna é presbítero da Arquidiocese de Maringá, Paraná. Doutorando em Teologia e mestrado em Filosofia, ambos pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná – PUCPR – Câmpus de Curitiba. Foi professor de Teologia na Faculdade Missioneira do Paraná – FAMIPAR – Cascavel, do Curso de Filosofia da PUCPR – Câmpus Maringá. Atualmente é Pároco da Paróquia Nossa Senhora das Graças em Sarandi PR.