Como entender a Assunção de Nossa Senhora

CRÍTICA DOS EVANGÉLICOS: a doutrina Católica da Assunção de Nossa Senhora não tem sentido. Não existem santos nos céus, pois segundo a Bíblia todos mortos estão dormindo até a segunda vinda de Jesus (Ecle 9,5; Jo 5,28-29). Como os demais falecidos também Maria aguarda a ressurreição do corpo no fim dos tempos. Ela não poderia ter privilégio algum em relação aos outros fieis falecidos, uma vez que também viveu a nossa humanidade e pecou como sugere a Escritura (Rm 3,23).

 RESPOSTA CATÓLICA

         Alhures vimos que a doutrina da “dormição dos mortos”, é fruto de uma interpretação bíblica equivocada. As almas dos fiéis falecidos, logo após a morte recebem sua recompensa, e no final dos tempos terão a ressurreição do corpo (Hb 9,27; Jo 5,28-29). Por isso cremos que os santos estão juntos de Deus e intercedem por nós.

         O dogma da Assunção de Nossa Senhora compreende que após sua morte terrena Maria foi elevada aos céus de corpo e alma. Para designar essa verdade de fé a Igreja usou a palavra assunção, que significa elevação de Nossa Senhora aos céus, pelo poder de Deus.

Pela sua assunção Maria participa da ressurreição e glorificação de Cristo. Ela não aguarda a ressurreição final dos corpos como os demais santos que se encontram nos céus. É interessante ter presente, aqui, que somente Jesus e Maria se encontram no céu de corpo e alma. Os santos estão lá apenas em suas almas, pois seus corpos aguardam a ressurreição do último dia. Maria, ao contrário, já foi elevada ao céu também com seu corpo ressuscitado.

Durante séculos os teólogos buscaram fundamentação bíblica para Assunção de Nossa Senhora e chegaram a duas conclusões importantes;

  1. a) Maria é a “cheia de graça – O anjo do Senhor se dirigiu a Maria como “cheia de graça”, sem fazer referência ao seu nome. (Lc 1,28). Isto significa que Maria nunca poderia estar sujeita ao domínio do pecado. Como consequencia não podia ficar a mercê da morte que entrou no mundo como consequencia do pecado (Rm 5,12). Sendo assim, é lógico concluir que o seu corpo não conheceu a deteriorização da sepultura, sendo glorificada, não somente na sua alma, mas também no seu corpo. Isso não significa que Maria não teria passado pela morte. A Tradição da Igreja e os estudiosos cristãos admitem-na.
  2. b) A carne da mãe e do filho é a mesma – A carne da mãe e a carne do filho são uma só. Portanto, ela também foi glorificada em corpo e alma após sua morte. Certamente deve ter tocado a ela a mesma sorte gloriosa que tocou ao seu Filho Divino.

Através dos séculos, a crença na Assunção corporal de Maria se tornou tão importante para os cristãos que muitas igrejas e instituições foram dedicadas a Assunção de Nossa Senhora. No século XX, diante dos apelos dos fiéis, o papa Pio XII mandou estudar melhor o assunto.  E no ano 1950 proclamou como dogma de fé a Assunção da Virgem Maria. Fazendo isso, o papa apenas confirmava aquilo que a Tradição cristã já tinha como verdade ao longo dos séculos.


Padre Gilson José Dembinski, é graduado em Teologia, Filosofia. Especialista em Psicologia Pastoral, Teologia Bíblica e Ensino Religioso, Orientação Espiritual, Parapsicologia Clínica e Hipnoterapia. Formação profissionalizante: Introdução à mágica.