O evangelho deste sábado nos coloca a continuidade das orientações dadas por Nosso Senhor Jesus Cristo no chamado “Sermão da Montanha”.
Diante de muitos outros ensinamentos de vida prática que o Senhor nos apresenta, chegamos a este trecho em que o Mestre faz memória do que era dito desde o Antigo Testamento no que se refere ao uso da nossa palavra em juramentos diante do Senhor Deus e dos nossos irmãos. Com um certo devocionismo popular, este texto do evangelho já foi utilizado, inclusive, para temer juramentos, mais por superstição do que por convicção. Mas a essência do que Jesus vem nos dizer com esta Palavra está no convite que nos faz a sermos coerentes em nossa vida cotidiana. Coerência que vem da prática de vida que não nega ou invalida o que dizemos, pregamos, anunciamos. Há uma música popular que bem expressa essa ideia do evangelho de hoje: “Acredito que errado é aquele que fala correto e não vive o que diz”.
Ou seja, o Senhor Jesus está nos convidando a ser, como se fala por aí: gente de palavra! Gente que vive o que diz e faz o que prega! Gente que não precisa jurar em nome de algo ou Alguém, mas que fala a verdade por si, na simplicidade de um “sim” ou de um “não”. Muitas vezes, temos medo de nos posicionarmos por nós mesmos, porém, se nossa palavra está de acordo com a Palavra do Mestre, não há o que temer. Por isso, além de sermos gente de palavra, como se diz popularmente, somos chamados a ser gente da Palavra! Gente que vive de acordo com a Palavra de Jesus e que faz cada escolha da vida, tendo como critério, o Amor misericordioso e justo que o Senhor veio nos anunciar.
Aí está a chave da coerência da vida cristã: sermos fieis à nossa própria palavra através de uma vida que age de acordo com o que prega, mas que essa nossa palavra seja fiel à Palavra da Vida que é o próprio Deus.
Gentilmente, Deus nos dá essa lição no evangelho, justamente, na festa litúrgica de Santo Antonio, grande pregador! Santo tantas vezes lembrado como casamenteiro, mas que, mais que caridoso ajudante das noivas pobres de seu tempo, foi pregador infalível e admirável. Guardemos no coração, neste dia 13 de junho, uma de suas máximas: “É viva a Palavra quando são as obras que falam.”