Continuando a meditação do sermão da montanha, o Evangelho desta segunda-feira nos convida a superar a “lei de talião”. Esta máxima se “justificou” em determinado contexto, com a finalidade de exterminar a violência que era muito crescente. Mas na nova lei, instaurada por Jesus, esta norma não tem mais lugar na perspectiva do Reino de Deus. Com Jesus, com a nova lei por Ele promulgada e vivida, as relações humanas já não são moldadas pela equivalência jurídica da pena com a culpa, como na Antiga Aliança, onde a pena de talião podia ainda ser vista como um princípio de desforra.
Precisamos dar um basta à vingança; aqui está o apelo do Evangelho, pois não basta ver no outro um sujeito de direito ou, pior ainda um adversário, mas é preciso ver sempre nele um irmão: mesmo naquele que, com seu comportamento, se mostra uma pessoa malvada, que comete violência, que é corrupta e perversa. Isto não significa que devemos adotar uma linha de concordância, consentimento ou tolerância, enfim de cumplicidade perante atitudes que possam prejudicar a comunidade e, sobretudo os fracos, mas que devemos, apesar disso, amar aquele que se corrige.
Jesus exige dos seus ouvintes e também de nós que abandonemos o modo de pensar e agir deste mundo, da sociedade perversa. Não devemos procurar vingança e nem pensarmos que a violência seja a solução para os nossos desencontros. Jesus mostra que atitude do cristão é diferente justamente por ser uma pessoa de fé. Ele não nos ensina a passividade, mas sim a estar do lado dos fracos e assumir a cumplicidade do amor verdadeiro, igual ao dele.