Uma é a mãe de Jesus por que tantas Nossas Senhoras ?

CRÍTICA PROTESTANTE:

Uma apenas é a mãe de Jesus, mas os católicos cultuam dezenas de nossas senhoras como se fosse pessoas diferentes. Essa prática tem sua inspiração no paganismo antigo que cultuava diferentes divindades femininas, proibidas pela Palavra de Deus.

RESPOSTA CATÓLICA

         Os títulos dados a Nossa Senhora se referem sempre a mesma pessoa, Maria de Nazaré. São títulos que realçam os atributos e qualidades de Maria.  Nunca devem ser confundidos com outros santos ou pessoas distintas. E o culto tributado a ela não se confunde com adoração de divindades pagãs. Trata-se de veneração, a qual consiste na admiração, respeito, imitação e na busca da sua intercessão junto a Jesus.

Os títulos marianos são como adjetivos que expressam as qualidades e revelam verdades fundamentais sobre Maria. São títulos originados nas diferentes circunstâncias da história e situações concretas da vida, pelos quais os fiéis manifestam seu amor e honram Nossa Senhora.

Também Jesus é apresentado nos evangelhos com muitos títulos. Eles exprimem sua identidade e missão. Alguns desses títulos são: Senhor (Jo 20,19), Filho de Deus (Mt 27,34), Filho de Davi (Mc 10,46), Filho de José (Jo 6,42), Filho do Homem (Lc 18,8), Rabi (Jo 20,16), Cristo (Mt 16,16), etc. Cada título realça um aspecto importante de Jesus para o povo cristão. E todos entendem que não se trata de um Jesus diferente atrás de cada título. Eles são qualificativos do mesmo Senhor.

         Como expressão de amor a nossa mãe, com o passar dos anos, também Nossa Senhora foi recebendo nomes diferentes. Os títulos marianos surgem ao longo da história de quatro formas diferentes.

  1. Títulos de origem bíblica – São títulos que tem sua inspiração em passagens bíblicas relacionadas à vida de Maria. Por exemplo; Nossa Senhora de Belém (se inspira no relato do nascimento de Jesus em Belém), Nossa Senhora do Desterro (se inspira no relato da fuga da Sagrada Família para o Egito), Nossa Senhora das Dores (se inspira nas dores de Maria, descritas nos evangelhos), Nossa Senhora dos Prazeres (se inspira nas alegrias vividas por Maria em sua vida)
  2. Títulos que expressam verdades de fé – São invocações que exprimem verdades de fé sobre Maria. Por exemplo; Nossa Senhora Imaculada (expressa a fé na Imaculada Conceição), Nossa Senhora da Assunção (expressa a fé na assunção de Maria), Nossa Senhora Medianeira (expressa a fé na intercessão de Maria).
  3. Títulos relacionados à graças obtidas e fatos milagrosos – São invocações que surgem a partir de graças alcançadas ou algum fato milagroso. Por exemplo; Nossa Senhora do Seringueiro (se deve às graças recebidas pelos seringueiros), Nossa Senhora do Rosário (se deve as graças recebidas pela intercessão de Maria num contexto de guerra), Nossa Senhora Aparecida (se deve a uma pesca milagrosa e o achado de uma imagem).
  4. Títulos relacionados às aparições – São invocações que surgem a partir das aparições em determinado lugar. Por exemplo; Nossa Senhora de Fátima (surgiu a partir da aparição de Maria em Fátima, Portugal, em 1917), Nossa Senhora das Graças (nasceu devido a aparição de Nossa Senhora derramando graças sobre Santa Catarina de Labouré, na França, em 1830). Também os títulos de Nossa de Lourdes, Nossa Senhora de Guadalupe, Nossa Senhora Rosa Mística, Nossa de La Salette, entre outros, estão relacionados às aparições.Nesse quesito o católico deve ter a consciência que cada título é uma forma de honrar um atributo ou expressar uma verdade de fé sobre Maria. Mas não existe uma Nossa Senhora mais poderosa do que outra, ou mais milagrosa. Ela é sempre a nossa intercessora junto a Jesus, independente do título com o qual a invocamos.

Do mesmo modo, também os evangélicos devem ter consciência que a Igreja Católica recomenda adoração apenas a Deus. Não se deve comparar a devoção mariana aos cultos que os pagãos rendiam às divindades femininas. Quanto existe compreensão existe uma fé mais madura e mais respeito, tanto para os evangélicos como para os católicos.


Padre Gilson José Dembinski, é graduado em Teologia, Filosofia. Especialista em Psicologia Pastoral, Teologia Bíblica e Ensino Religioso, Orientação Espiritual, Parapsicologia Clínica e Hipnoterapia. Formação profissionalizante: Introdução à mágica.