O que explica a herança psicológica?

Você sabia que existe esse tipo de herança também?

Em meu consultório tenho recebido pessoas de todas as classes sociais que trazem várias perguntas:

_ “Márcia? Como entender a transmissão das histórias familiares que se transmitem de geração em geração? Algumas delas tem me afetado com frequência e quero fazer terapia sobre isso.”

_ “Márcia? Como pode as pessoas terem distúrbios, dificuldades inexplicáveis e quando desenhamos suas árvores genealógicas se descobre sempre repetições de cenários, de datas, de incidentes e de segredos aparentemente esquecidos, mas relacionados com seus sofrimentos?”

Terapeutas e profissionais da psicologia, alunas minhas também trazem perguntas:

_ “Márcia: Devemos sempre imputar ao acaso que se durante o trabalho de Psicogenealogia acontecem eventos particulares, lapsos, intuições, fatos estranhos, coincidências que nos ajudam a esclarecer a história familiar dos quais nos ocupamos? Como explicar que durante a prática das constelações familiares as pessoas experimentam emoções e sensações que não tem nenhuma relação com as suas situações atuais, mas que tem a ver com as emoções e as sensações que viveram os seus antepassados e frequentemente de outros familiares das pessoas cujas constelações se ocupam?”

Um outro fato que me fascina sempre é que quando falamos das transmissões

transgeracionais de traumas com alguém que não conhece o assunto, encontramos uma adesão imediata. Também os mais céticos, quando é dito que a base da Psicogenealogia é a hipótese que as dificuldades que vivemos no presente têm origem na história de nossos antepassados, compartilham sem dúvida dessa ideia. Até mesmo consideram verdadeiras.

Como pode, uma coisa desconhecida como as transmissões entre gerações ter aceitação imediata pelas pessoas também mais incrédulas ou sem nenhum conhecimento do assunto? De onde vem esta certeza? Como se transmite estes conteúdos? Por que durante a prática das constelações atos inexplicáveis, mas com relação estreita com a história que se está colocando em cena, acontecem? Como podem os segredos de família determinar as nossas vidas?

A hipótese da existência dentro de nós de uma parte desconhecida que determina a nossa parte consciente foi proposta há muitos séculos e a psicanálise de Freud que já tem mais de cem anos, focava no tratamento dos distúrbios psíquicos. Mas o inconsciente proposto por Freud, foi limitado só à repressão das experiências pessoais, não é suficiente para explicar a experiência destes outros fenômenos. Ele mesmo se deu conta e refletiu sobre a existência de uma instância coletiva transmitida de modo inconsciente (a herança arcaica), mas preferiu se dedicar totalmente sobre a concepção que fez da libido o único motor do ser humano. (E ele tinha razões “históricas” para fazer esta escolha: no século de Freud a sexualidade era um tabu no ambiente médico e as doenças como a histeria era tratada somente com a internação psiquiátrica.)

Jung avançou mais na elaboração de uma teoria sobre o funcionamento da psique e postulou a existência de um inconsciente coletivo além do individual.

De Jung a Freud, e muitos outros autores como Françoise Dolto, Bert Hellinger, passando por Dumas, Abraham, Torok, Moreno, Sheldrake, Boszormenyi- Nagy e muitos outros, todos, concordam sobre a existência de uma transmissão psíquica multigeracional que explica a gênese de distúrbios e dificuldades na vida presente das pessoas.

Estes terapeutas têm verificado nas suas práticas com milhares de pacientes que as “doenças” das quais estes sofrem têm uma relação com os traumas psíquicos vividos por seus antepassados.

Eu sou professora de Psicogenealogia e fico encantada com tudo o que a transgeracionalidade nos mostra quando nos dedicamos com Presença a olhar para as nossas árvores genealógicas. Afinal de contas, o objeto de estudo da Psicogenealogia é a transmissão transgeracional que diz respeito aos padrões relacionais que se repetem, ainda que as pessoas envolvidas não percebam (Falcke & Wagner, 2005).

Na semana que vem vou falar sobre o que cada um desses autores descobriu sobre a nossa genealogia.

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Márcia Oliveira possui quatro Formações em Constelação Familiar e está cursando o nível Avançado nesta área. Fez Formações também em Programação Neurolinguística (PNL), Hipnose Ericksoniana, Psicogenealogia, Eneagrama, Acess Consciencious, Análise de Capacidade Cognitiva e outras Terapias Holísticas.