Muita gente me pergunta sobre a diferença entre “sinto muito” e “me desculpe” que uso nas sessões de terapia. Mas existe de fato diferença entre estas duas expressões?
João Gilberto Rodrigues diz que sim, existe e ela é experimentada na Alma.
O que percebo quando digo a alguém “me desculpe” é que fico flertando com a posição perceptual de vítima e, naturalmente, com a busca por um culpado. Assim, me coloco como agente passivo de uma determinada relação interpessoal ao depositar nas mãos de outra pessoa meu poder pessoal, pois delego a ela a possibilidade de ser ou não desculpado. Geralmente este pedido de desculpas é oco e me revela a dificuldade que tenho de sustentar em minhas próprias mãos os efeitos de tudo que fiz e deixei de fazer, além de me prender ao passado. Isto tudo me enfraquece e me torna pequeno diante da Vida. Desta forma, ficar me desculpando revela minha forma infantil de me relacionar.
Entretanto, quando consigo dizer “sinto muito”, experimento trazer as rédeas de minhas escolhas para minhas próprias mãos. E o que acontece diante de um verdadeiro “sinto muito”? Simplesmente nada há a ser feito por quem quer que seja. Não há qualquer possibilidade de oposição, revide ou reivindicação. Aqui não há mais busca por culpados. Há consciente responsabilização pessoal e estado de presença. Isto costuma frustrar um pouco aqueles que desejam perpetuar uma relação desarmônica, pois o “sinto muito” encerra uma questão.
E ao me colocar como agente ativo de determinada relação interpessoal eu me torno forte e grande, com o passado deixando de ser lugar de residência e se tornando mera e útil referência.
E qual a consequência final disto para mim?
Abre-se a minha frente a possibilidade de seguir em frente.
Eu sigo em frente.
E você?
Márcia Oliveira é Pós graduanda em Neurociências, Mindfulness e Psicologia Positiva, Bióloga e Terapeuta Holística, siga-a no Instagram @pormarciaoliviera.
Márcia Oliveira possui quatro Formações em Constelação Familiar e está cursando o nível Avançado nesta área. Fez Formações também em Programação Neurolinguística (PNL), Hipnose Ericksoniana, Psicogenealogia, Eneagrama, Acess Consciencious, Análise de Capacidade Cognitiva e outras Terapias Holísticas.