Durante o mês de dezembro vemos o presépio de natal ornamentar vitrines de comércios e ganhar um lugarzinho especial em nossas casas e igrejas. Todavia, se perguntarmos a razão para montar o presépio de natal vamos ouvir algumas respostas como essas: o presépio é para lembrar a humildade de Jesus; ou então, o presépio é para criar um clima de natal; ou ainda, o presépio é para recordar o nascimento de Jesus, etc.
Tudo o que foi dito acima não está errado, contudo a verdadeira resposta vai muito além. Para checar essa resposta precisamos ir até as origens do primeiro presépio de natal e compreender as motivações ligadas a essa origem.
O presépio natalino tem sua origem com São Francisco de Assis, um santo que viveu na Itália, século XIII. Foi ele quem teve a grande ideia de montar um presépio quando se aproximava o natal. E assim, no ano 1223, numa gruta de Grécio, a 100 km de Roma São Francisco realizou o seu presépio, no intuito de evangelizar os camponeses.
São Francisco viveu numa época em que muitos religiosos acumulavam riquezas, contrariando a pobreza vivida por Jesus. A intenção de São Francisco ao montar o seu primeiro presépio de natal, foi protestar contra o apego da igreja do seu tempo ao dinheiro, de modo silencioso. Seu objetivo era levar as pessoas a questionar o apego aos bens e ao dinheiro que muitos viviam, olhado para vida de Jesus. E nisso consiste o seu protesto, mostrar que Jesus viveu uma vida simples, em harmonia com a natureza, ao contrário do que muita gente religiosa vivia no século XIII.
Portanto, cada vez que montarmos nosso presépio de natal possamos lembrar que a simplicidade do presépio é uma critica silenciosa, contra nosso egoísmo, avareza e valorização extrema dos bens terrestres. O presépio nos ensina que encontramos a verdadeira na paz na simplicidade da vida, em harmonia com a natureza.
- Para aprofundar sobre o verdadeiro sentido de natal, leia os primeiros capítulos do evangelho de Mateus e de Lucas.
Padre Gilson José Dembinski, é graduado em Teologia, Filosofia. Especialista em Psicologia Pastoral, Teologia Bíblica e Ensino Religioso, Orientação Espiritual, Parapsicologia Clínica e Hipnoterapia. Formação profissionalizante: Introdução à mágica.