A opção de Deus e da Igreja pelos mais fragilizados da sociedade

Reflexão litúrgica: quarta-feira, 15/02/2022
6ª Semana do Tempo Comum

Na Liturgia desta quarta-feira, 6ª Semana do Tempo Comum, veremos na 1a Leitura (Gn 8,6-13.20-22) que a originalidade desta passagem está na promessa de Deus de não mais castigar de modo semelhante a humanidade e de restabelecer as leis normais da criação. O pecado do homem não impedirá a criação de evoluir para atingir o fim que Deus lhe havia designado. A proposta da aliança, por parte de Deus, permanece para sempre. O pessimismo radical fica banido. Baseado na fidelidade de Deus como em rocha inabalável, o homem pode e deve entregar-se à reconstrução de sua própria casa e também do mundo. E um dia o próprio homem será restaurado, com a vinda do Filho de Deus: então será evidente que toda a criação se tornará solidária com esta recriação e voltada para a transfiguração do homem que a habita.

No Evangelho (Mc 8,22-26), a cura em duas etapas não é decorrente da dificuldade do caso ou da impotência de Jesus, mas da fé nebulosa do cego, ou melhor, do simbolismo que Jesus queria tirar do fato em relação ao episódio seguinte da confissão dos discípulos por meio dos lábios de Pedro: estes, como o cego após a primeira imposição das mãos, tinham já entrevisto alguma coisa durante a atividade anterior de Jesus, mas ainda não viam claramente; tinham necessidade de novo toque do Mestre para completar sua formação; só então poderão reconhecê-lo perfeitamente.

A cura deste cego é uma lição para os discípulos e para toda a Igreja, precisamos constantemente do toque e da graça divina em nossas vidas para superar todos os condicionamentos e nos colocar no seguimento de Jesus servindo as pessoas mais fragilizadas da nossa sociedade.

Boa reflexão e que possamos produzir muitos frutos para o Reino de Deus.


Padre Leomar Antonio Montagna é presbítero da Arquidiocese de Maringá, Paraná. Doutorando em Teologia e mestrado em Filosofia, ambos pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná – PUCPR – Câmpus de Curitiba. Foi professor de Teologia na Faculdade Missioneira do Paraná – FAMIPAR – Cascavel, do Curso de Filosofia da PUCPR – Câmpus Maringá. Atualmente é Pároco da Paróquia Nossa Senhora das Graças em Sarandi PR.