Sexta feira da Sexta Semana do Tempo Pascal. Seguimos fazendo a nossa caminhada pascal rumo à Pentecostes. Enquanto isso já sentimos em nós a presença viva do Espírito Santo de Deus que vai guiando os passos daqueles e daquelas que acreditam e experimentam a fé no seguimento do Ressuscitado. Ele vive e está presente em nossas vidas e na história humana. Seguimos acreditando e rezando com as palavras do salmista: “Como é feliz o povo que aprendeu a aclamar-te, Senhor, e que anda na luz da tua presença! (Sl 89,16)
Rezei diferente no amanhecer deste dia. Acordei assustado com o chacoalhar do ônibus que me leva à Cuiabá. Agradecer pelo dom da vida, pelo ser que sou e onde estou, desenvolvendo a minha missão, tentando ser fiel a cada dia. Gratidão é dom de Deus presente no coração daqueles que muito amam e sabem retribuir gentileza com a gentileza de Deus em nos tratar com amorosidade gratuitamente. Celebrar o dom da vida cada dia, buscando alcançar as realizações que avistamos no horizonte à frente.
Enquanto a viagem avança, engolindo os quilômetros da estrada, vou dedilhando na tela do celular os meus rabiscos diários, vivenciando a experiência de tentar ser fiel às minhas causas. O meu horizonte de utopia e perspectiva sempre foi aquilo que o evangelista Lucas nos traz: “Quem é fiel nas pequenas coisas, também é fiel nas grandes; e quem é injusto nas pequenas, também é injusto nas grandes”. (Lc 16,10) A lição principal que este versículo nos passa é a impossibilidade de ser fiel nas grandes coisas, quando somos negligentes e descompromissados nas pequenas.
No dia 19 de maio no Brasil, comemoramos o “Dia do Físico”. Estes homens e mulheres estudiosos que nos ajudam a entender melhor, este amplo e vasto Universo Fisico que nos rodeia. Esta data faz alusão as publicações de Albert Einstein, que no ano de 1905, ajudou a humanidade a mudar os seus conceitos acerca da Física, sendo assim essenciais para o avanço significativo do conhecimento cientifico. O ponto de partida deste grande sábio é uma frase simples que ele costumava dizer: “A coisa mais incompreensível sobre o mundo é que ele é compreensível.”
Sextou com a liturgia do dia nos colocando no contexto de Jesus mais uma vez trabalhando para devolver a alegria e o esperançar de seus discípulos. Uma tarefa nada fácil para quem fez a experiência de estar junto d’Ele e ter gostado da segurança transmitida por Jesus. Pedro que o diga: “Senhor, bom é estarmos aqui!” (MT 17,4). Estar com Ele não é a mesma coisa de estar sem Ele. Os místicos souberam fazer este percurso numa profunda intimidade com a pessoa de Jesus.
“Vós chorareis e vos lamentareis, mas o mundo se alegrará; vós ficareis tristes, mas a vossa tristeza se transformará em alegria”. (Jo 16,20). Jesus convencendo-os da necessidade de sua partida para que o projeto do Pai se concretize. Uma atitude que afasta por completo o paternalismo e coloca a relação de continuidade da missão. O fim da tristeza e o recomeço da alegria. Para os discípulos e também para os que querem fazer parte deste grupo, basta saber que Jesus aqui está, mais vivo e presente do que nunca.
A morte de Jesus tem um significado profundo muito forte de ausência e tristeza. Mas é morte redentora, pois trará alegria no lugar da tristeza, uma vez que será o princípio de uma presença nova, a presença do Ressuscitado, que age em nós e por nós, mediante o Espírito Santo de Deus. “Era preciso que Cristo sofresse e ressuscitasse dos mortos, para entrar em sua glória”. (Lc 24,46.26)
Francisco Carlos Machado Alves conhecido como Chico Machado, foi da Congregação do Santíssimo Redentor, os Redentorista, da província de São Paulo. Reside em São Felix do Araguaia no Mato Grosso e é agente de Pastoral na Prelazia de São Felix desde 1992. Sua atividade pastoral é junto aos povos indígenas da região: Xavante, Kayabi, Karajá, dentre outros. Mestre em Educação atua na formação continuada de professores Indígenas, nas escolas das respectivas aldeias.