“É PELA GRAÇA DE DEUS QUE EU SOU O QUE SOU. SUA GRAÇA PARA COMIGO NÃO FOI INÚTIL” (1Cor 15,10)

Reflexão Litúrgica: Quarta-feira, 03/05/2023,
IV Semana do Tempo Pascal, Festa de São Felipe e São Tiago Menor, Apóstolos

Na Liturgia desta quarta-feira, Festa de São Felipe e São Tiago Menor, Apóstolos, vemos, na 1a Leitura (1Cor 15,1-8), o Apóstolo Paulo conta como foi o seu chamado, diz que foi escolhido por Deus, não por suas qualidades, mas pela graça de Deus: “Mas, pela graça de Deus, sou o que sou. E a sua graça para comigo não foi inútil”. Foi pela fé e pela graça de Deus que ele foi superando suas fraquezas. Como nos disse o Papa Francisco: “Não há santo sem passado e não há pecador sem futuro. Paulo, desde o primeiro encontro com Cristo, colocou-se a serviço, olhou mais para o alto do que para si mesmo: “Senhor, o que queres que eu faça?” A partir do chamado, ele centra sua fé na ressurreição, frente a tantas ideologias contrárias ao Evangelho. Ele tem consciência de que quanto mais uma pessoa crê na ressurreição, tanto mais será comprometida com a vida e o Projeto do Reino de Deus aqui na terra.

No Evangelho (Jo 14,6-14), Jesus se apresenta como o verdadeiro caminho para a vida. Por meio da encarnação, Deus, doador da vida, se manifesta inteiramente na pessoa e ação de Jesus. A Comunidade que segue Jesus não caminha para o fracasso, pois a meta é a vida plena, vida eterna. Jesus realiza, na Comunidade, o que realizou em sua vida terrena. Jesus está vivo na Comunidade, isto é, na Igreja que é seu Corpo Místico e “Ele é o mesmo, ontem, hoje e sempre” (Hb 13, 8), cura, ensina, perdoa e salva. A Igreja é fruto da Ressurreição de Jesus. É o local onde Jesus ressuscitado vive e convive com seus seguidores. Não é um local qualquer e muito menos uma empresa para ganhar dinheiro, mas um local onde se convive fraternalmente, se ama e se tem esperança de vencer todos os obstáculos, pois, em comunhão com Cristo, nós “somos mais que vencedores” (Rm 8, 37).

Nós reconhecemos que a Igreja é de Jesus pelas obras, como diz a conclusão do Evangelho de hoje. A Igreja realiza as obras de Jesus Cristo e, por causa da Sua presença na Igreja, ela é capaz de realizar obras ainda maiores. É o que vemos, por exemplo, pela atuação caritativa da Igreja em todo o mundo e, principalmente, entre os mais pobres. Rezemos pela nossa Igreja, para que saibamos amá-la, apesar das imperfeições humanas e, até mesmo, de seus pecados, intercedendo nela a graça de ser cada vez mais fiel ao projeto do Reino de Deus. Sempre é bom lembrar o alerta que o apóstolo Paulo nos faz: “Por isso, vistam a armadura de Deus para que, no dia mau, vocês possam resistir e permanecer firmes, superando todas as provações” (Ef 6, 13).

Quanto aos Apóstolos Felipe e Tiago Menor

Felipe foi um dos primeiros discípulos de Jesus, e ele manifesta sua esperança em ver realizadas as profecias a respeito de Cristo. A tradição nos indica que foi apóstolo na Turquia, como também o lugar de seu martírio. Tiago, também chamado de Menor, escreveu a chamada Carta de Tiago, e teve grande importância junto da Comunidade de Jerusalém e de Paulo. Morreu mártir no ano 62. Celebremos com toda a Igreja a fé que herdamos dos apóstolos.

Boa reflexão e que possamos produzir muitos frutos para o Reino de Deus.

 


Padre Leomar Antonio Montagna é presbítero da Arquidiocese de Maringá, Paraná. Doutorando em Teologia e mestrado em Filosofia, ambos pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná – PUCPR – Câmpus de Curitiba. Foi professor de Teologia na Faculdade Missioneira do Paraná – FAMIPAR – Cascavel, do Curso de Filosofia da PUCPR – Câmpus Maringá. Atualmente é Pároco da Paróquia Nossa Senhora das Graças em Sarandi PR.