“Jesus manso e humilde de coração, fazei o nosso coração semelhante ao vosso e aumentai a nossa fé”

Reflexão: Solenidade do Sagrado Coração de Jesus,
sexta-feira – 16/06/2023

 A devoção ao Sagrado Coração de Jesus tem sua origem na própria Sagrada Escritura. O coração é um dos modos para falar do infinito amor de Deus por cada um de nós. Este amor encontra seu ponto alto com a vinda de Jesus.

A devoção ao Sagrado Coração de um modo visível aparece em dois acontecimentos fortes do evangelho: o gesto de São João, discípulo amado, encostando a sua cabeça em Jesus durante a última ceia (Jo 13,23); e na cruz, quando o soldado abriu o lado de Jesus com uma lança (Jo 19,34). Em um, temos o consolo pela dor da véspera de sua morte e, no outro, o sofrimento causado pelos pecados da humanidade.

Nos séculos XII e XIII, muitos santos foram devotos ao Sagrado Coração de Jesus e, no lugar do símbolo do crucifixo, introduziram a iconografia do coração visível no peito lacerado-transpassado.

As aparições e os apelos feitos por Jesus a Santa Margarida Maria Alacoque (1673) trouxeram novo impulso ao culto do coração de Jesus. Eis os apelos:

“Eis este coração que tanto tem amado os homens… não recebo da maior parte senão ingratidões, desprezos, ultrajes, sacrilégios, indiferenças… Eis que te peço que a primeira sexta-feira depois da oitava do Santíssimo Sacramento (Corpo de Deus) seja dedicada uma festa especial para honrar o meu coração… E prometo-te que o Meu Coração se dilatará para derramar com abundância as influências de seu divino amor sobre os que tributem esta divina honra e que procurem que ela lhe seja prestada”.

O papa São João Paulo II sempre cultivou esta devoção e a incentivou a todos que desejavam crescer na amizade com Jesus. Em 1980, no dia do Sagrado Coração, afirmou:

“Na solenidade do Sagrado Coração de Jesus, a liturgia da Igreja concentra-se, com adoração e amor especial, em torno do mistério do Coração de Cristo. Quero hoje dirigir juntamente convosco o olhar dos nossos corações para o ministério desse Coração. Ele falou-me desde a minha juventude. Cada ano volto a este mistério no ritmo litúrgico do tempo da Igreja”.

Temas predominantes desta Solenidade

Quando falamos coração, estamos falando da pessoa, da totalidade. Quando falamos Coração de Jesus, estamos falando do mistério, da totalidade do seu ser. Coração de Jesus é o mistério do amor, suas ações, seu íntimo.

Coração humano e divino de Jesus.

Humano: espinhos, ferido, crucificado, mesmo com todo o sofrimento, é um vencedor. Adorar Jesus é ser um vencedor.

– O amor revelado e doado por Cristo: alegria, compaixão, chora, sente etc.

– Reparação e expiação: quanto às desilusões que ele teve com Jerusalém, com os leprosos que não voltaram para agradecer. Indignação contra os vendedores no templo, agonia no horto etc.

– Santíssima humanidade de Jesus: sentimentos de compaixão e amor por nós. “Não ardia o nosso coração …” de apagados e tristes para cheios de fervor e alegria. Arder, fogueira, coração de Jesus é fogo do Espírito Santo, inextinguível.

– Coração Sacratíssimo e misericordioso de Jesus, dai-nos a paz. Busquemos essa paz pela oração e comunhão frequentes.

Qual é o maior anseio do ser humano? O desejo mais profundo do ser humano é o de amar e ser amado. Quando o amor não é correspondido, a vida se torna um peso. Quando correspondido, sacia. O amor de Deus sempre corresponde, sempre sacia.

Quando falamos: “Fulano tem bom coração”, estamos falando da essência do que esta pessoa é.

– O Coração de Jesus é centro de conhecimento, coração bem próximo ao povo para que este entendesse o mistério de Deus, enquanto os Fariseus e Doutores da Lei ensinavam doutrinas rígidas e sem caridade. “Aprendei de mim que sou manso e humilde de coração e encontrareis repouso para vossas almas”.

Oração

Jesus manso e humilde de coração, fazei o nosso coração semelhante ao vosso e aumentai a nossa fé. Amém.

 

Boa reflexão e que possamos produzir muitos frutos para o Reino de Deus.

 


Padre Leomar Antonio Montagna é presbítero da Arquidiocese de Maringá, Paraná. Doutorando em Teologia e mestrado em Filosofia, ambos pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná – PUCPR – Câmpus de Curitiba. Foi professor de Teologia na Faculdade Missioneira do Paraná – FAMIPAR – Cascavel, do Curso de Filosofia da PUCPR – Câmpus Maringá. Atualmente é Pároco da Paróquia Nossa Senhora das Graças em Sarandi PR.