São Romualdo Abade

 19 de junho

O abade Romualdo, pai dos monges camaldulenses, desde muito jovem mostrou forte inclinação à vida solitária e à oração, embora vivendo no meio de várias tentações e exemplos de mundanismos, uma vez que era filho do Duque de Ravena. Após haver professado a regra cisterciense por três anos no mosteiro de santo Apolinário, não satisfeito com aquela vida, aos vinte anos obteve a licença de viver a vida eremítica, nas colinas do Vêneto, em companhia do eremita Marino.

Aqui teve notícia do cenóbio dos Pireneus de São Miguel de Cuixá e quis embarcar para mais esta nova aventura espiritual, em companhia do veneziano Pedro Orseolo, que se tornou santo. Aí passou dez anos, dando ao cenóbio espanhol clara orientação eremítica. Por ande andava o monge de Ravena difundia o benefício contágio da vida solitária. Quando voltou a Ravena convenceu também seu pai a fazer-se monge, são Severo.

Suas peregrinações tinham escopo bem definido: a reforma dos mosteiros e dos antigos cenóbios orientais. Nasceu assim entre densas matas alpinas, às costas do alto Casetino, o ermo de Camaldoli, que toma o nome de terreno de certo Máldolo, que doou este lugar ao homem de Deus em busca de solidão. Mas este homem, tão desejoso de separar-se dos homens, para seguir as próprias inclinações à vida contemplativa, parecia destinado à irriequieta peregrinação pelas estradas da Itália.

O imperador Oto III, que tinha pelo santo monge profunda admiração, escolheu-o abade de Santo Apolinário. A dignidade de abade não se harmonizava com o seu ideal de vida religiosa e passou um ano naquele cargo e por fim depôs aos pés do imperador o pastoral, arrependido de haver cedido àquilo que ele chamou de tentação de prestígio.

Foi morar o mais longe possível, na abadia de Montecassino. Também aqui imprimiu o seu vigor ascético, dando à espiritualidade beneditina um tom mais contemplativo e eremítico. De Montecassino partiu para novas aventuras espirituais, reformando mosteiros e fundando outros novos em Verghereto, em Lemmo, Roma, Fontebuana, Vallombrosa, e em Val de Castra, perto de Fabiano, onde foi colhido pela morte a 19 de junho de 1027. Até depois da morte Romualdo não teve morada fixa. A 7 de fevereiro de 1481 os seus despojos foram transportados para Fabiano. Aquele dia marcou também a data de sua festa litúrgica, até a recente reforma do calendário que fixou a memória do santo no dia de sua morte.

São Romualdo, rogai por nós!

FONTE:

“Um santo para cada dia”. Mario Sgarbossa, Luigi Giovanni, (tradutor Onofre Ribeiro). – São Paulo: Paulus, 1983.


Padre Adriano José Cruzeiro, é sacerdote da Congregação dos Oblatos de Cristo Sacerdote. Técnico Agrícola, estudou na Escola Dona Sebastiana de Barros em São Manuel – SP.  Lincenciado em Filosofia pelo Centro Universitário Salesiano – Unisal – Lorena – SP,  Bacharel em Teologia pela Faculdade Dehoniana – Taubaté- SP, Bacharel em Direito pelo Centro Universitário Salesiano – Unisal – Lorena – SP, e pós-graduando em Direito Matrimonial e Processual Canônico pelo Centro Universitário Claretiano – Batatais – SP.