Jesus Ressuscitado está vivo na comunidade – corpo místico de Cristo

Reflexão litúrgica: Segunda-feira, 03/07/2023
13ª Semana do Tempo Comum, Festa de São Tomé, Apóstolo

 Na Liturgia desta segunda-feira, Festa de São Tomé, Apóstolo, vemos na 1a Leitura (Ef 2,19-22) que a participação de judeus e pagãos no único povo de Deus é sinal concreto do homem novo. A morte de Cristo derrubou o muro de separação que a Lei colocava entre judeus e pagãos; surgiu assim o novo Israel, a Igreja, que se abre para todos os homens e os coloca sob uma cabeça única, Cristo. O Evangelho fará cair todas as diferenças. Por mais que surjam sociedades classistas, suas leis e instituições injustas virão abaixo pela força do Evangelho, desprestigiadas por sacrificarem seus povos, em lugar de ajudá-los.

No Evangelho (Jo 20,24-29), Jesus se revela na Comunidade, num contexto de ‘domingo’ (novo mundo): “Na tarde do mesmo dia, que era o primeiro da semana… Jesus veio e pôs-se no meio deles… Oito dias depois, estavam os seus discípulos outra vez reunidos…” (Jo 20, 19; 26).

Jesus está vivo, para todos (oculares x outros), na Comunidade, e é na Comunidade que Tomé faz a experiência de Deus. Inicialmente, Tomé não estava na Comunidade. Por quê? Porque Jesus estava morto, ele estava abalado, não era rejeição a Deus, mas buscava a certeza da fé. Depois de ouvir, ele crê, professa, entrega sua vida, foi mártir. A fé brota da dor, das provas de amor, não só das evidências sobre Jesus e das grandes liturgias. Antes, na fraqueza da fé, ele dependia de sinais, de milagres, depois ele entende que os sinais nos são dados “para que o mundo creia em Jesus”.

São Tomé, Apóstolo

Tomé significa em aramaico ‘gêmeo’; por isso João lhe dá o nome grego ‘Dídimo’. Após a ressurreição do Senhor, Tomé pretende um conhecimento experimental e carnal do Cristo, quando se tratava de conhecimento espiritual de fé. A vida de Tomé é um longo itinerário que parte do realismo humano e vai ao conhecimento no espírito.

Tomé foi um dos apóstolos escolhidos por Jesus. Não obstante suas fraquezas, deixou-nos por herança sublime profissão de fé, que se repete, como um eco amoroso, nos lábios dos que creem: “Meu Senhor e meu Deus”. Mirando seu exemplo, saibamos definir o verdadeiro sentido de nossa vida por meio da vivência da fé e da caridade.

São Tomé, rogai por nós.

Boa reflexão e que possamos produzir muitos frutos para o Reino de Deus.


Padre Leomar Antonio Montagna é presbítero da Arquidiocese de Maringá, Paraná. Doutorando em Teologia e mestrado em Filosofia, ambos pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná – PUCPR – Câmpus de Curitiba. Foi professor de Teologia na Faculdade Missioneira do Paraná – FAMIPAR – Cascavel, do Curso de Filosofia da PUCPR – Câmpus Maringá. Atualmente é Pároco da Paróquia Nossa Senhora das Graças em Sarandi PR.