São Bernardo de Claraval, o Doutor Melífluo

20 de agosto
ORIGENS:

São Bernardo de Claraval nasceu em 1090,em Fontaines, França,em uma família opulenta. Aos 22 anos, após ter estudado gramática e retórica,entrou para o Mosteiro fundado por Roberto de Molesmes,em Citeaux ( em latim Cistercium,do qual deriva o nome de Cisterciense). Alguns anos depois, fundou o Mosteiro de Claraval (Clairvaux), junto com 12 companheiros, entre os quais: 4 irmãos,um tio e um primo. Pelo seu exemplo, muitos de seus parentes também escolheram a vida religiosa.

TRABALHO, CONTENPLAÇÃO E ORAÇÃO:

Segundo o espírito de Bernardo,a vida monacal era constituída de trabalho, contemplação e oração, tendo como estrelas fixas Jesus e Maria. Para o Abade cisterciense, Cristo era o centro de tudo: ” Para mim,nas discussões ou conversas,se não for pronunciado o nome de Jesus, nada tem sentido”(Sernomes Super Cantica Canticorum,XV). Maria – escreve Bernardo – leva a Jesus: ” Nos perigos,nas angústias,nas incertezas, deve-se elevar o pensamento a Maria, invocar Maria. Que ela jamais saia dos nossos lábios; jamais se separe do nosso coração; para obtermos a ajuda na oração, jamais devemos esquecer seu exemplo de vida. Se a seguirmos, nos perderemos; se pensarmos nela, não erraremos…” (Homilia II Super”Missa est”).

OS DEGRAUS DO AMOR:

No seu escrito “DE diligendo DEO”, Bernardo indica o caminho da humildade para atingir o amor de Deus; exorta a amar o Senhor sem limites. Para o monge Cisterciense,os degraus do amor são quatros:
1- O amor de si para si: Primeiro, o homem,ama-se a si mesmo, depois, vendo que sozinho não pode viver, começa a buscar a Deus por meio da fé.”
2- O amor de Deus para si:” No segundo degrau, portanto, ame a Deus para si e não para Ele. Porém, deve começar a frequentar a Deus e a honrá-lo, segundo as próprias necessidades.”
3- O amor de Deus por Deus:” A alma passa para o terceiro degrau, amando a Deus, não por si mesmo, mas por Ele.Neste degrau,se detém longamente; aliás, não sei se nesta vida seja possível chegar ao quarto degrau”.

4- O amor de Deus por Deus: ” Aquele amor em que o homem ama a si mesmo somente por Deus. Assim sendo, terá quase que esquecido admiravelmente a si mesmo; quase deixa a si mesmo para tender totalmente a Deus,a ponto de ser um só espírito com Ele”.

AMIZADE COM OS TEMPLÁRIOS:

Entre os escritos do Abade Cisterciense, há um famoso elogio da Ordem monocal – militar dos Templários, fundada em 1119,por alguns Cavaleiros, sob a guia de Hugo de Payns,feudatário da região de Champanhe e parente de Bernardo. No seu ” De laude novae militiae ad Milites Templi”, descreve assim os Cavaleiros do Tempo: ” São vestidos de modo simples e cobertos de pó; rosto queimado pelo sol e olhar orgulho e severo: antes da batalha, armam-se interiormente, com na força da fé. A sua única fé é a Deus”.

LEGADO:

Bernardo, depois de Roberto, Alberico e Stefano,foi o pai da Ordem Cisterciense. A obediência evo bem da Igreja, muitas vezes, o levaram a deixar a paz monástica para se dedicar às questões político- religiosas mais sérias de seu tempo. Mestre de guia espiritual e educador de gerações de santos,ele deixa , em seus sermões comentados sobre a Bíblia e a liturgia,um documento excepcional de teologia monástica, tendendo, mais do que ciência, à experiência do ministério. Ele inspirou um afeto devotado pela humanidade de Cristo e da Virgem Mãe.( Rom. Mess.)

PÁSCOA:

Bernardo morreu em 20 de agosto de 1153. Papa Alexandre III o proclamou santo em 1174. Pio XII dedicou -lhe uma encíclica intitulada “Doctor Mellifluus”( que escorre mel), na qual recorda, de modo particular,estas palavras de Bernardo: ” Jesus é mel na boca, suave concerto aos ouvidos, júbilo ao coração”. O Doutor melífluo, Último dos Padres,mas não certamente, inferior aos primeiros – escreveu o Pontífice – se destacou por seus dotes de mente e de espírito,aos quais Deus acrescentou abundantes dons celestes”.

ORAÇÃO:

” Mestre na arte da oração e dotado da sabedoria do alto,ajudai- nos a viver a santidade e nos unir a Deus por inteiro. Mostra- nos o caminho da sabedoria e da verdade assim como Maria viveu. Por Cristo Senhor Nosso. Amém! “

Anna Maria Oliveira, Pedagoga na Escola Ormi França Araújo na área da Educação Especial. Participa pastoral litúrgica, é campista e catequista de adultos na Paróquia Santa Clara de Candói PR.