Reflexão litúrgica: Terça-feira,
26/09/2023, 25ª Semana do Tempo Comum
Na Liturgia desta terça-feira, 25ª Semana do Tempo Comum, a 1a Leitura (Esd 6,7-8.12b.14-20), refere-se ao protocolo do rei Dario I, que favoreceu a reconstrução da comunidade judaica, em particular do templo. Isto, juntamente com a lei, é, para a fé do Antigo Testamento, verdadeiro e real sacramento da salvação de Deus, e centro de unidade nacional. Justamente Ageu, profeta a que o texto faz referência, faz notar a diferença entre o novo e o grande templo de Salomão, mas prediz também a realização de um templo magnifico, nunca visto antes. Sabemos que isto se verifica no Cristo, templo não feito por mãos de homem, no qual Deus habita em plenitude.
A celebração da Páscoa, segundo o Êxodo, marcava o nascimento do povo do Senhor e a abertura do tempo da liberdade. Sua celebração, em 515 a.C., marca um novo início na história desse povo. Depois de 50 anos de exílio e vinte anos de dificuldades com a população local, os judeus repatriados agora têm assegurado um novo ponto de coesão: o Templo. Esse mesmo templo foi destruído pelos romanos no ano 70 depois de Cristo.
No Evangelho (Lc 8,19-21), vemos que Jesus continua sua missão, e vai formando uma comunidade nova, a partir daqueles que são marginalizados pela sociedade do seu tempo, como eram as mulheres. Elas também são parte integrante do grupo que acompanha Jesus.
Jesus não nega os vínculos de parentesco natural, e sua palavra não pretende humilhar a sua mãe, mas antes associar-lhe, com o mesmo título de nobreza, todas as pessoas de boa vontade que ouvem a palavra de Deus e a praticam. Este cuidado cria na nova família de Deus, que é a Igreja, os vínculos espirituais de parentesco e amor que equivalem e até superam ao que de mais estreito e terno pode oferecer os parentes de sangue.
Boa reflexão e que possamos produzir muitos frutos para o Reino de Deus.
Padre Leomar Antonio Montagna é presbítero da Arquidiocese de Maringá, Paraná. Doutorando em Teologia e mestrado em Filosofia, ambos pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná – PUCPR – Câmpus de Curitiba. Foi professor de Teologia na Faculdade Missioneira do Paraná – FAMIPAR – Cascavel, do Curso de Filosofia da PUCPR – Câmpus Maringá. Atualmente é Pároco da Paróquia Nossa Senhora das Graças em Sarandi PR.