Reflexão litúrgica: Quarta-feira, 18/10/2021,
28ª Semana do Tempo Comum, Festa de São Lucas, Evangelista
Lucas, o escritor da mansidão de cristo
Na Liturgia desta quarta-feira, Festa de São Lucas, 28ª Semana do Tempo Comum, vemos na 1a Leitura (2Tm 4,10-17b), que os últimos tempos de Paulo são tristes e solitários. Embora abandonado e traído pelos companheiros mais próximos, seu olhar continua firme no Senhor, para anunciar o Evangelho e finalmente participar plenamente do Reino. Lucas já estava com Paulo no tempo da primeira prisão (Cl 4,14).
Neste texto temos o testamento do apóstolo Paulo, isto é, sua herança espiritual. Ele já está de idade avançada, preso, condenado à morte, então, medita e reza sobre sua vida: “Combati o bom combate, terminei a minha carreira, guardei a fé”. Paulo não se sente uma vítima, está convencido de se ter doado totalmente, tem a consciência do dever cumprido e aguarda, com humildade e confiança, a recompensa em Deus.
Diante da morte, abandonado por todos, olha para o futuro, espera em Deus, confia Nele e não nos seus méritos. Sua vivência de fé é tão profunda que implica o sacrifício da própria vida, compara-se apenas com aquela libação de óleo, água ou vinho que era derramada sobre as vítimas. Com sua vida e morte, Paulo imitou Jesus.
No Evangelho (Lc 10,1-9), os discípulos são organizados por Jesus para anunciarem a Boa Notícia no caminho e começarem a realizar os atos que concretizam o Reino. Aqueles que não quiserem aderir à Boa Notícia ficarão fora da nova história.
São Lucas, Evangelista
Lucas, evangelista e autor dos Atos dos Apóstolos, nasceu em Antioquia e exerceu a profissão de médico (Cl 4,4). Depois da conversão, esteve a serviço de Paulo, companheiro de suas viagens missionárias e seu consolador, quando esteve na prisão e, em seus últimos dias.
O Evangelho de Lucas tem como tema fundamental a admissão de todos os povos à salvação e a participação no Reino de todas as categorias de pessoas que a antiga Lei excluía do culto: os pobres, os pecadores, os fracos, as mulheres, os pagãos. Lucas salienta a misericórdia do Senhor e a presença eficaz do Espírito Santo. Por ele conhecemos fatos ligados a Maria e à infância de Jesus.
Nos Atos dos Apóstolos traça o retrato ideal da Igreja, perseverante no ensinamento dos apóstolos, na caridade fraterna, na fração do pão e na oração. Narra a difusão da mensagem e do mistério de Cristo por obra dos apóstolos, discípulos, diáconos e fieis, apresentando primeiro a Igreja de Jerusalém, depois as primeiras missões na Palestina e, enfim, as grandes viagens apostólicas de Paulo.
Boa reflexão e que possamos produzir muitos frutos para o Reino de Deus.
Padre Leomar Antonio Montagna é presbítero da Arquidiocese de Maringá, Paraná. Doutorando em Teologia e mestrado em Filosofia, ambos pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná – PUCPR – Câmpus de Curitiba. Foi professor de Teologia na Faculdade Missioneira do Paraná – FAMIPAR – Cascavel, do Curso de Filosofia da PUCPR – Câmpus Maringá. Atualmente é Pároco da Paróquia Nossa Senhora das Graças em Sarandi PR.