Reflexão litúrgica: sexta-feira, 24/11/23,
33ª Semana do Tempo Comum
Na Liturgia desta sexta-feira, 33ª Semana do Tempo Comum, na 1a Leitura (1Mc 4,36-37.52-59), vemos que Jerusalém e o Templo são símbolos da libertação do povo, sacramento da presença de Deus. A purificação do Templo é feita para eliminar a presença e ação do opressor, que procura perverter a alma do povo. Nasce a festa da Dedicação, celebrada com muitas luzes e alegria.
No Evangelho (Lc 19,45-48), vemos que Jesus, ao visitar o Templo de Jerusalém, mostra sua consciência de como as atividades religiosas podem ser corrompidas pelos interesses econômicos e políticos de alguns grupos dominantes. Neste texto, Jesus nos fala que devemos promover a vida e não as leis do mercado: “Não façais da casa de meu Pai uma casa de comércio”. O Papa Francisco, na Exortação Apostólica Evangelii Gaudium, nº 53, também, nos diz: “Não a uma economia da exclusão e da desigualdade social. Esta economia mata, o ser humano é considerado um bem de consumo, descartável, resíduos, sobras etc”.
Os mandamentos do mercado podem ser assim enumerados e confrontados com os mandamentos da Lei de Deus:
1º) Adora o dinheiro;
2º) Usa o nome de Deus para justificar a guerra;
3º) Não guarda o ‘Dia do Senhor’;
4º) Desmonta a família;
5º) Mata e manda matar;
6º) Legaliza o adultério;
7º) Rouba legalmente;
8º) Usa falso testemunho;
9º e 10º) Cobiça tudo por meio da propaganda e dos meios de comunicação.
Jesus nos diz que esse ‘templo mercado’ deve ser destruído, mas Ele se consumiu para reconstruir o templo que é o ser humano: “O zelo por tua casa me consumirá”. Doravante, o verdadeiro Templo é o corpo de Jesus, que morre e ressuscita. Deus não quer habitar somente em edifícios, mas no próprio ser humano.
Boa reflexão e que possamos produzir muitos frutos para o Reino de Deus.
Padre Leomar Antonio Montagna é presbítero da Arquidiocese de Maringá, Paraná. Doutorando em Teologia e mestrado em Filosofia, ambos pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná – PUCPR – Câmpus de Curitiba. Foi professor de Teologia na Faculdade Missioneira do Paraná – FAMIPAR – Cascavel, do Curso de Filosofia da PUCPR – Câmpus Maringá. Atualmente é Pároco da Paróquia Nossa Senhora das Graças em Sarandi PR.