Iniciamos hoje, um novo Ano Litúrgico (Ano B – evangelista Marcos). O Advento possui duas características: Expectativa da 2ª vinda de Cristo, no fim dos tempos (do primeiro domingo até o dia 16/12 – advento escatológico) e a preparação para o Natal, em que se comemora a 1ª vinda do Filho de Deus (dias que antecedem o Natal, semana do Ó – advento próximo). Iniciando, as leituras de hoje nos convidam à Vigilância.
A 1ª leitura (Is 63,16-17.19; 64,2-7) é uma súplica ardente pedindo um Salvador. Ao povo que voltou do exílio desanimado, o profeta tenta acordar a esperança num futuro de vida e salvação. Deus é invocado como “Pai” e “Redentor” (Pai: fonte da vida familiar; Redentor: responsável pelo resgate). É a primeira vez que se chama Deus de Pai (2x). No Evangelho, Jesus usará, mais tarde, 184 vezes o termo “Pai”. Termina com a imagem do oleiro: Deus é o “Oleiro” e o povo é o “barro”, que o artista modela com amor.
A 2ª leitura (1Cor 1,3-9) é um apelo à vigilância para acolher Deus, que vem e manifesta o seu amor através dos seus dons. É a primeira vez que Paulo usa a palavra “Carismas”. Deus concede dons às pessoas para o bem da comunidade.
O Evangelho (Mc 13,33-37) é uma exortação à vigilância constante para preparar a vinda do Senhor. O texto é o final do “Discurso Escatológico”. A parábola do porteiro conta a história do homem que partiu em viagem, distribuiu tarefas aos seus servos e deu ao porteiro uma ordem que vigiassem… O “Dono da casa” é Jesus, que ao voltar para o Pai, confiou aos discípulos a tarefa de construir o “Reino”, iniciado por ele. O porteiro são as lideranças da comunidade, são os batizados, a quem foi confiada a missão da vigilância e da animação da comunidade; ninguém pode dormir em serviço. A parábola nos convida a vigiar com esperança, pois o Senhor voltará.
Temos sido vigilantes nas coisas do Senhor?
Deus te abençoe.
Fonte: Diopuava
Dom Amilton Manoel da Silva CP, é missionário passionista e bispo diocesano de Guarapuava PR.