Reflexão litúrgica: terça-feira, 09/01/2024,
1ª Semana do Tempo Comum
Na Liturgia desta terça-feira, 1ª Semana do Tempo Comum, na 1a Leitura (1Sm 1,9-20 ou 1Sm 2,1.45.6-7.8abcd), vemos que a história do nascimento de Samuel como em outros casos (Isaac, Sansão e João Batista), é apresentado de forma milagrosa. Da mulher estéril e humilhada (figura do povo) nasce, por graça de Deus, aquele que será o símbolo da fidelidade ao Senhor dentro do novo sistema.
No Evangelho (Mc 1,21b-28), São Marcos nos apresenta a manifestação de Jesus, seu poder e a força do Reino. Vejamos:
1º) Jesus entrou na sinagoga e começou a ensinar com autoridade. Na sinagoga, também, estava um homem possuído por um ‘espírito mau’. Há um embate entre o ‘espírito mau’ e o Espírito Santo. O ‘espírito mau’ pode alienar e manipular pessoas e instituições, não deixar que a mensagem de Jesus transforme as realidades. Esse espírito é uma força que pode despersonalizar as pessoas, privá-las de senso crítico e, assim, atrapalhar o avanço do Reino de Deus.
2º) A questão que se coloca é: devemos ir à igreja para enchê-la, evento de prodígios, ou devemos ir para nos libertar dos ‘espíritos maus’?
3º) Quais espíritos maus, a qualquer custo, seduzem, aprisionam e alienam os homens e mulheres de hoje? Quais consequências percebemos: escravidão, insatisfação, angústias, ciúmes, superficialidade, exterioridade, insaciabilidade etc.
4º) Qual seria o milagre para se libertar? “Cair em si”, tomar consciência, retornar à dignidade etc.
Para finalizar, ficam as questões: O que fazem os ‘espíritos maus’ diante de nossa prática cristã? Sentem que sua ruína chegou ou riem à nossa custa? Nos compram (principalmente na campanha política)?
A religião incomoda ou liberta? E, se incomoda, incomoda a quem?
Deus nos livre de uma Igreja de ‘espíritos maus’ e que venha seu Espírito Santo sobre todos nós.
Boa reflexão e que possamos produzir muitos frutos para o Reino de Deus.
Padre Leomar Antonio Montagna é presbítero da Arquidiocese de Maringá, Paraná. Doutorando em Teologia e mestrado em Filosofia, ambos pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná – PUCPR – Câmpus de Curitiba. Foi professor de Teologia na Faculdade Missioneira do Paraná – FAMIPAR – Cascavel, do Curso de Filosofia da PUCPR – Câmpus Maringá. Atualmente é Pároco da Paróquia Nossa Senhora das Graças em Sarandi PR.