Reflexão Litúrgica: sábado, 03/02/2024
4ª Semana do Tempo Comum,
Memória de São Brás, bispo e mártir (Benção da garganta)
Na Liturgia deste sábado, 4ª Semana do Tempo Comum, na 1a Leitura (1Rs 3,4-13), vemos que o rei Salomão olha para si mesmo com humildade e pede o auxílio de Deus para o serviço que deve prestar ao povo que é dele. Tal oração, que pede fidelidade, justiça e retidão do coração, não pode deixar de ser atendida. Salomão representa todas as lideranças da Igreja e da sociedade, estava em oração frente ao Tabernáculo (Gabaon). Em sua oração, ele pede bom senso e sabedoria. O Senhor o atende. Em nossas orações, o que pedimos? Quais são nossos sonhos? A oração é uma extensão do ser de cada pessoa, toda pessoa é o que pede. Geralmente, as pessoas vivem do jeito que rezam. Como vivemos em nossa família, em nosso trabalho, em nossa cidade? Se não vivemos bem, é porque não rezamos, ou, se rezamos, estamos rezando errado. Em oração, sejamos transparentes com Deus e peçamos seu amor misericordioso, assim, seremos o que rezamos.
No Evangelho (Mc 6,30-34), São Marcos não diz o que Jesus ensina, mas o grande ensinamento de toda a cena está no fato de que não é preciso muito dinheiro para comprar comida para o povo. É preciso simplesmente leis justas e partilhar entre todos o pouco que cada um possui. Jesus projeta nova sociedade onde o lucro não é valor absoluto, mas sim a solidariedade e a partilha. Para que isso realmente aconteça, é preciso organizar o povo e que este lute para eleger projetos políticos que visem a dignidade humana, o bem comum, a solidariedade, a verdade e a justiça. Somente assim todos ficarão satisfeitos, e ainda sobrará muita coisa.
Hoje celebramos, também, a memória de São Brás, bispo e mártir
Brás, bispo de Sebaste, na Turquia, foi uma das últimas vítimas das perseguições romanas (ano 316). Seu culto popularíssimo prende-se à bênção da garganta, em lembrança de um milagre que a tradição lhe atribui: teria salvado uma criança que morria sufocada por ter engolido uma espinha de peixe.
Bênção da garganta e Oração de São Brás
Ó bem-aventurado São Brás, que recebeste de Deus o poder de proteger as pessoas contra as doenças da garganta e outros males, afastai de nós as doenças que nos afligem (fazer o pedido).
Conservai a nossa garganta sadia e perfeita para que possamos falar corretamente e assim proclamar e cantar os louvores de Deus. Com a graça de Deus e com a Vossa ajuda, prometemos esforçar-nos, ó glorioso Mártir São Brás, para que a fala que sair da nossa garganta seja sempre:
De verdade e não de mentira;
De justiça e não de calúnia;
De bondade e não de aspereza;
De compreensão e não de intransigência;
De perdão e não de condenação;
De desculpa e não de acusação;
De respeito e não de desacato;
De conciliação e não de intriga;
De calma e não de irritação;
De desapego e não de egoísmo;
De edificação e não de escândalo;
De ânimo e não de derrotismo;
De conformidade e não de lamúrias;
De amor e não de ódio;
De alegria e não de tristeza;
De fé e não de descrença;
De esperança e não de desespero.
São Brás, intercedei diante de Deus por nós, por nossas famílias e por todos os que sofrem dos males da garganta. Que por nossas palavras possamos bendizer a Deus e cantar os seus louvores.
São Brás, rogai por nós!
Ó Deus, por intercessão de São Brás bispo e mártir, nos livre dos males da garganta e de toda e qualquer doença. Amém.
Boa reflexão e que possamos produzir muitos frutos para o Reino de Deus.
Padre Leomar Antonio Montagna é presbítero da Arquidiocese de Maringá, Paraná. Doutorando em Teologia e mestrado em Filosofia, ambos pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná – PUCPR – Câmpus de Curitiba. Foi professor de Teologia na Faculdade Missioneira do Paraná – FAMIPAR – Cascavel, do Curso de Filosofia da PUCPR – Câmpus Maringá. Atualmente é Pároco da Paróquia Nossa Senhora das Graças em Sarandi PR.