É confortador saber que Jesus levou em conta a fé dos que carregavam o paralítico para curá-lo. São Mateus registra isso da seguinte maneira: Eis que lhe apresentaram um paralítico estendido numa padiola. Jesus vendo a fé daquela gente, disse ao paralitico: “Meu filho, coragem! Teus pecados estão perdoados” (v.2). Esse trecho do Evangelho mostra a importância das pessoas que ajudam doentes e rezam por eles. Jesus nos ensina que essa oração tem valor, e Ele a acolhe. No entanto, não basta visitar o doente para aliviar seus sofrimentos; é preciso primeiro cuidar de sua alma e, se possível, com a sua aceitação, levar-lhe um sacerdote para ouvi-lo em confissão e em seguida, levar-lhe a Santa Comunhão, a fim de fortalece-lo por meio dos sacramentos.
Bem sabemos pelos relatos dos evangelhos que “Jesus curou muitas pessoas de vários tipos de doença e expulsou muitos demônios”. Mateus lembra que “numerosas multidões seguiram Jesus, e Ele curou a todos. A busca por Jesus era tão grande que “toda a multidão procurava tocar em Jesus, porque uma força saída dele e curava a todos” (Lc 6,19). As curas de Jesus não foram uma atividade secundária de sua missão.
Ao mesmo tempo, Jesus recusou-se várias vezes a fazer milagres: “E Jesus não fez muitos milagres ai, por causa da falta de fé deles” (Mt 13,58). Outra vez, aos que lhe pediam milagres, Jesus respondeu com indignação, chamando-os de “geração má e adúltera” (Mt 12, 39). E certamente não foi aquela vez que falou palavras tão duras.
Por que Jesus fazia muitas curas e em outras oportunidades se recusava? Certamente, era por uma questão de fidelidade à vontade do Pai; era também para não estimular falsas expectativas e uma fé mágica, sem responsabilidade própria. A maior preocupação de Jesus era anunciar e testemunhar o reino de Deus. “Buscai, em primeiro lugar, seu Reino e sua justiça, e todas essas coisas vos serão acrescentadas” (Mt 6,33). As curas e milagres de Jesus tinham a ver com isso, não eram para satisfazer ambição ou ganância e nem para buscar aplausos. Jesus sempre resistiu decididamente, a tais tentações (Mt 4,1-11).