Evangelho Mt 10,7-15

Quando Jesus enviou os seus Apóstolos para pregar o reino do céus, disse-lhes: “Recebestes de graça, dai de graça” (Mt 10, 8). O mestre chamando-os para junto de si tinha-lhes anunciado e trazido a salvação: o perdão dos pecados e a oferta gratuita da Sua graça. Agora, pertence-lhes a eles fazerem o mesmo aos seus irmão: anunciar-lhes o Evangelho, iluminar as suas inteligências e preparar os seus corações à conversão. E não apenas isto; deverão como Jesus empenhar-se no bem material dos homens: “curai os doentes, ressuscitai os mortos, purificai os leprosos, expulsai os demônios” (Mt 10, 8). O Filho de Deus que quis assumir a natureza humana, sabe muito bem que o homem não é apenas espírito e, por conseguinte quer salvá-lo na integridade da sua pessoa. Do mesmo modo que não pode desencarnar o homem, também não é possível procurar eficazmente o seu bem espiritual prescindindo do material. Jesus, que ensinava as multidões e multiplicava o pão para saciar a sua fome, que perdoava os pecados e sarava os corpos, lembra-nos que a obra de salvação tem que abranger o homem na sua totalidade, indicando ao mesmo tempo, o caminho que mais facilmente pode chegar ao coração humano. O caminho que seguiu o seu amor infinito para chegar aos homens é o que tem que seguir também os Seus discípulos para cooperar à salvação de seus irmãos.

Com os Apóstolos, também somos enviados por Jesus para anunciar que o Reino de Deus está próximo, em qualquer lugar que estivermos. Como? Por nossas palavras e ações. O principal é estarmos sempre prontos para ajudarmos as pessoas conforme suas necessidades.

Nós também devemos estar atentos, a fim de termos sensibilidade para com os nossos irmãos que sofrem e passam necessidade. O que não podemos fazer é omitir-nos e cruzar os braços. Não se trata somente de dar-lhes esmolas, achando que, com isso estamos resolvendo os seus problemas. Eles não comem dinheiro, nem se vestem com ele, tampouco ele substitui o carinho, a atenção, a solidariedade e a presença amiga. 

Hoje faz falta não tanto ensinar, mas sim anunciar o Evangelho, mais com a vida do que com as palavras, testemunhá-lo com a caridade, com o serviço fraterno e generoso a todos que se encontram em necessidade. Desta maneira, os fiéis cooperam na vontade salvífica de Deus, “manifestando a todos, na própria atividade temporal, a caridade com que Deus amou o mundo”.