Evangelho Lc 8,1-3

Caríssimos irmãos e estimadas irmãs,

nós temos a oportunidade de cada dia ouvir e aprofundar as Palavras de nosso Senhor Jesus. Essa minha mensagem dirige-se aos discípulos missionários de Jesus. Desde o dia do nosso Batismo nós formos mergulhados na vida Trinitária: Pai, Filho e Espírito Santo.  Cada um de nós está em nível diferente de seguimento a Jesus e no serviço ao povo de Deus. A nossa vida missionária se deve orientar a partir das próprias palavras de Jesus: eu não vim para ser servido, mas para servir. Todos nós sabemos dessas palavras e devemos concretizar no cotidiano. Mas o que é servir?

O trecho do Evangelho de hoje nos ensina que servir ao povo de Deus é sair de nossas casas, ir em direção à missão, onde se encontra o povo de Deus. Cada pessoa, pastoral, grupo com os seus próprios carismas. Assim tem sido ao longo de mais de dois mil anos, unidade na diferença de carismas. Nosso Papa Francisco nos últimos anos nos motiva, incentiva a todos os cristãos católicos e suas comunidades a saírem de seus tradicionais espaços. Ele fala de uma Igreja em saída em direção às periferias humanas e geográficas. Fala-se ainda de uma Igreja Samaritana, que é uma Igreja em saída, diz a passagem do Evangelho de hoje: Jesus andava por cidades e povoados, pregando e anunciando a Boa Nova do Reino de Deus.

A atitude de saída em direção às comunidades exige das pessoas uma preparação espiritual, psicológica, antropológica, cultural. Há necessidade de ter zelo pastoral, ter sonhos de realizar uma missão diferente e confiada a cada um, ao grupo, a uma pastoral e comunidade. Em nossas igrejas paroquiais e capelas muitas pessoas não chegam das cidades e de muitos bairros não chegam. Observando com atenção nós percebemos participam as mesmas pessoas em nossas matrizes paroquias e capelas das comunidades. A grande maioria não chega a participar ao não ser em alguns momentos que para eles são importantes: batismo, casamento, missas de intenções pelos falecidos, etc.

Diante desta constatação é que devemos procurar deixar os lugares que nos mantêm tranquilos. Precisamos sair em direção de pessoas que nunca chegam às igrejas e nas comunidades como eu mencionei antes. Muitos agentes de pastorais quando são desafiados a sair em direção às pessoas, perguntam: o que vamos fazer lá? Não se preocupam o que podem ser com as pessoas que estão lá: conversar, ouvir, sorrir, ver as pessoas em sua situação e, muitas vezes, são lugares precários e pobres mesmos. Mas as pessoas que estão lá são alegres, esperançosas, desprendidas e abertas às sugestões de vida melhor. O missionário aprende muitas conhecimentos com as pessoas e, no tempo, certo se pode apresentar o projeto de vida anunciada por Jesus e que nós como comunidade cristã levamos adiante.

A passagem do Evangelho de hoje nos aponta uma metodologia: trabalhar juntos, sonhar, planejar, realizar a avaliar a missão que realizamos: os doze iam com ele; e também algumas mulheres que haviam sido curadas de maus espíritos e doenças. A aproximação de Jesus às pessoas, aos pecadores, às pecadoras, aos doentes transforma a vida das pessoas. A presença de Jesus possui o poder transformador. Nós mesmos em nossas práticas missionárias de sair para os lugares distantes de centros paroquiais percebemos quanta alegria sentem as pessoas quando recebem as visitas. Não precisamos dizer muita coisa, mas precisamos estar com eles. Essas atitudes provocam uma grande emoção e vontade de participar do projeto de Jesus e das comunidades cristãs. O exemplo de carinho, de atenção, ser um amigo e ser solidário com elas que desperta o interesse: eu quero participar, dizer muitas pessoas. As lideranças cristãs precisam estar mais abertas para acolherem pessoas que chegam. São pessoas que chegam motivadas e que querem abraçar o novo projeto de vida, fundamentado em Jesus. São jovens, os homens e as mulheres; são pessoas que têm nomes não são anônimas: é Madalena, Joana e tantas mulheres que atuam em nossas comunidades. Cada mulher possui suas histórias de vida, de sofrimento e de superação. Da mesma forma os homens e os jovens. A Igreja precisa se tornar mais Misericordiosa e cheia de Amor. Concluo com as palavras do Evangelho: várias outras mulheres que ajudavam a Jesus e aos discípulos com os bens que possuíam. Que Jesus nos abençoe para que nós também possamos as bênçãos para as missões que realizamos!