Dizer sim com gestos concretos

Mt 21,28-32

Caríssimos:

“Os  publicanos e as prostituas vos precedem no Reino de Deus. Vós não acreditastes. Ao contrário eles acreditaram” (Mt 21, 31 -32)

Prezados irmãos e irmãs. Retorno pensamentos já apresentados outras vezes. Mais uma vez Jesus usa frases fortes, contra os que se julgavam justos e entendidos nas letras da Bíblica, mas não abriram os olhos à realidade da salvação, indicada por João Batista e presente no próprio Jesus Filho de Deus.

Aceitar o caminho da justiça, deixar a vida errada, salva, isto é, devolve a amizade de Deus e nos faz participar de novo da sua família.

Jesus traz a salvação para todos. Mas, já no tempo dele, muitos, que sabiam da vida do Messias, não acreditaram. Aqueles que acreditaram, como Maria Madalena, a Samaritana, como o cobrador de impostos, Levi ou Mateus, o rico Zaqueu, estes entraram , com sua conversão sincera, no reino de Deus. Com isso houve alegria no céu e vida melhor na terra.

A parábola traz para nós o sim do filho, que depois não vai trabalhar. Foi um sim só “de fachada”. Quantos “sim” dizemos a Deus na nossa vida! E depois, o que fazemos? Lembram-se? No batizado da criança, vocês pais, vocês padrinhos, assumiram o compromisso de fazer crescer na fé o filho de vocês, que também entrou oficialmente a fazer parte da família de Deus. Disseram sim a Deus. E depois, alguns, não deram exemplo de amor, de oração e de honestidade. Sim, mas não fizeram.

Nestes anos como bispo da Diocese de Guarapuava, estive em centenas de comunidades para as Crismas. Fiz questão um sim vigoroso dos adolescentes, jovens e adultos, que iam receber este Sacramento, que nos faz “adultos na fé”. Foram muitos e milhares os crismandos, que expressaram sua disponibilidade de trabalhar na comunidade e pôr em prática o Evangelho de Jesus, para espalharem o bom perfume do amor e do perdão.

Espero estejam fazendo este trabalho na vinha do Senhor!E vocês que disseram um sim solene no casamento, trabalham para que o amor se torne uma vivência a cada dia?

O Padre, no dia da sua ordenação sacerdotal, disse um sim consciente e com juramento, diante da comunidade, para dedicar seu trabalho, unido ao bispo e ao presbitério da diocese, para se bom pastor de todo o seu rebanho. Disse sim. Mas, se no lugar de realizar essas tarefas, foi se meter no campo dos leigos, e assumiu responsabilidades político-partidárias, então fugiu da vinha do Senhor. Você, padre, faz gestos proféticos quando diz, como os fatos, que é o operário especializado da Palavra e na distribuição da santidade de Deus pelos Sacramentos, pelo testemunho de sua vida coerente a serviço de toda a comunidade, formando os fiéis leigos para assumirem as realidades sociais.

Às vezes, o sim, pronunciado no Batismo, na Crisma, na Ordenação ou no Matrimônio, torna-se não na vida real e cria uma mentalidade hipócrita. A coerência é sinal de caráter. Quem dá a palavra, deve ser homem de manter a palavra dada.

O Espírito Santo ilumine nosso caminho.

Jesus na Eucaristia nos dê a força da coerência.

Assim chegaremos a casa do Pai.

Com Maria, mãe fiel até o Calvário, até a Ressurreição!