Nesta quinta-feira, 5 de novembro, celebra-se no Brasil o Dia Nacional da Cultura, data que marca o aniversário de nascimento do jurista, político, escritor e diplomata Rui Barbosa (1849-1923). A data comemorativa foi criada por lei em 1970.
De acordo com a fundação Casa de Rui Barbosa, ele foi um político que usou sua oratória, conhecimento e ação para lutar pela abolição da escravatura e liberdades civis. Como diplomata, representou o Brasil na Segunda Conferência Internacional da Paz em Haia, sendo eleito no final de sua vida, como juiz da Corte Internacional, e como jornalista, atuou em grandes jornais que lutavam pelas causas cidadãs e revolucionárias, tornando-se também escritor.
Ainda segundo a fundação, Rui Barbosa era um estudioso e apaixonado pela língua portuguesa e por isso fez parte do grupo de membros fundadores da Academia Brasileira de Letras (ABL), tornando-se presidente em 1908, após a morte de Machado de Assis. A contribuição de Rui Barbosa à sociedade o rendeu mais essa homenagem que é celebrar o Dia Nacional da Cultura no dia de seu aniversário de nascimento.
Para o arcebispo de Montes Claros (MG) e presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Cultura e Educação da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom João Justino de Medeiros, celebrar o Dia Nacional da Cultura é uma oportunidade para que os brasileiros e a nossa nação se desperte para a riqueza e diversidade das culturas que compõe o Brasil.
Segundo o bispo, a formação social do país, sua história social, econômica e cultural mostra um encontro de diferentes vertentes culturais e o resultado é um país multicultural.
“Nesses tempos em que existem conflitos, sobretudo de natureza ideológica, é muito importante considerar essa diversidade cultural como uma riqueza, que muitos outros países e nações não tem, e que pode ser para nós uma oportunidade de mostrar para o mundo que é possível viver na fraternidade, como diz o Papa Francisco na sua última encíclica Fratelli Tutti”, destaca dom João Justino.
A Igreja no Brasil tem seu papel no fomento e formação cultural. Esse trabalho é feito pelo Setor Cultura da Comissão Episcopal Pastoral para a Cultura e Educação da CNBB, que tem como principal objetivo estabelecer o diálogo e a relação entre fé e cultura, realidades próximas que se encontram. Segundo dom João Justino, a tarefa do Setor Cultura tem sido a de criar a compreensão dos processos culturais, sobretudo os contemporâneos, e de estabelecer diálogos.
“É um campo vastíssimo. Nossa ação é pequena considerando esse universo da cultura, que é um verdadeiro universo, e nosso trabalho tem sido de estimular que nas dioceses, sobretudo, haja atenção para a pastoral da cultura”, destaca.
O presidente da Comissão para Cultura e Educação da CNBB aponta também que cultura é um tema transversal que atravessa, que corta e recorta todas os outros âmbitos da vida, como a cultura religiosa, a cultura política, a cultura linguística e a cultura de arte, por exemplo.
“Que nossas Igrejas locais estejam atentas nesse diálogo e possam oferecer a contribuição, que é próprio da fé cristã, para tornar as culturas locais ainda mais ricas e ajuda-las a colocar todo seu potencial a serviço”, ressalta dom João.
Rui Barbosa
Além de todo o seu empenho na política como deputado, senador e ministro, no jornalismo e como embaixador na Segunda Conferência Internacional da Paz, em Haia, na Holanda, representando e defendendo o Brasil, foi um dos fundadores da Academia Brasileira de Letras, instituição responsável pelo cultivo da literatura brasileira.
Segundo o plenarinho da Câmara dos Deputados, Rui Barbosa defendia o federalismo, a abolição da escravatura e a promoção dos direitos e garantias individuais. Além disso, em seus dias livres, gostava de cultivar espécies de rosas. No jardim da sua casa possuía várias espécies e já tirou fotos para uma revista da época enquanto estava no seu jardim.
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Fonte: CNBB