A salvação pelo amor

Neste domingo, a Igreja celebra a Solenidade de Nosso Senhor Jesus Cristo Rei do Universo. Com esta celebração, concluímos mais um Ano Litúrgico, coroando o itinerário de fé iniciado no último Advento. Por isso, a Liturgia possui um tom escatológico. No Brasil, a Solenidade de Cristo Rei é enriquecida com a celebração do dia dos cristãos leigos. A Igreja louva e agradece a Deus pelos homens e mulheres de fé que não medem esforços para serem testemunhas do Reino na história. Por meio dos cristãos leigos, a Palavra do Senhor chega aos diversos ambientes da sociedade, fecundado o chão de nossa vida.

O Evangelho proposto para a Solenidade de Cristo Rei pinta um retrato do fim dos tempos. Neste dia, nós nos apresentaremos diante do Senhor em sua glória. (v. 31) Então, o Cristo Rei-Pastor introduzirá os seus eleitos no Reino do Pai. O critério necessário para participarmos da Festa da Eternidade é um só: o amor. Não se trata do amor das telenovelas, dos clássicos do cinema ou dos autores consagrados, mas do amor assumido de forma concreta pelo Cristo na cruz. O amor de que nos fala o Evangelho é o amor expresso na doação generosa ao próximo. A tradição da Igreja expressa esse amor através das Obras de Misericórdia. As Obras de Misericórdia são gestos concretos que traduzem o amor cristão. No entanto, nossa doação generosa não podem se limitar apenas às Obras de Misericórdia, mas deve ser estender a todo e qualquer gesto de generosidade e solidariedade que defendam e promovam a vida.

A imagem do Cristo Senhor e Rei do Universo está intimamente associada à imagem do Cristo Crucificado. Só é possível participar da glória do Senhor quem se compromete com o seu projeto de amor, numa vida generosa, traduzida em gestos concretos de empatia, acolhida e solidariedade. O caminho para o céu está muito bem expressado na velha máxima inaciana: “Em tudo amar e servir”. Jesus identifica-se profundamente com cada ser humano. (v. 40) O Filho de Deus se revela a nós em cada rosto sofredor deste mundo. Toda vez que ignoramos os nossos irmãos e irmãs em suas necessidades, ignoramos o próprio Jesus (v. (v. 45). Portanto, precisamos renovar constantemente a nossa disposição em amar e servir. Essa é a melhor forma de nos prepararmos para o nosso encontro derradeiro com o Senhor. No final de nossa vida, seremos julgados unicamente pelo amor.