Caríssimos:
Neste Domingo depois da festa do Natal, somos convidados a meditar sobre Jesus Cristo, Filho de Deus e de Maria, que viveu criança, adolescente, jovem e trabalhador, numa família.
É a família o lugar ideal para o crescimento harmonioso, equilibrado de toda criança. Por isso, a família é o projeto mais lindo realizado por Deus.
É da Família de Nazaré que as nossas famílias deveriam aprender o amor, a mútua compreensão e a capacidade de manterem-se unidas.
O exemplo de Maria e de José deve levar as famílias cristãs a fugirem do egoísmo individual, a eliminarem o desejo de dominar e impor o próprio modo de pensar, afastar o comodismo.
A dignidade e a felicidade da família estão intimamente ligadas ao amor inquebrantável e à unidade indestrutível.
A Sagrada Família de Nazaré lembra-nos que, para a família ter o seu incomparável valor, deve ser lugar de oração. Alguém escreveu: “Se a tua família não é um Paraíso, o Paraíso não será tua morada.”.
A família, no dizer do Concílio, é a primeira Igreja, onde se respira um ar de profunda espiritualidade.
É na família que se atua e deve atuar-se a primeira experiência de Igreja por parte dos filhos. São o pai e a mãe os sacerdotes que, com o testemunho concreto e vivenciado dia por dia, levam ao altar seus filhos.
Toda família cristã deve ser um santuário, isto é, casa sagrada, templo de Deus, que forma verdadeiros filhos da Igreja, cidadãos honestos e trabalhadores responsáveis.
Por isso, a Igreja apresenta hoje a Sagrada Família de Nazaré, para proclamar às famílias o projeto de Deus.
Uma sociedade bem organizada passa pela família, porque Jesus entrou na nossa história pela Família de Nazaré.
É na família de hoje que crescem as novas gerações, como Jesus, no aconchego da Família de Nazaré, “crescia e tornava-se forte, cheio de sabedoria; e a graça de Deus estava com ele”. (Lc 2,40)
A família é o primeiro lugar do desenvolvimento e da educação da fé.
João Paulo II se fez presente, aqui no Brasil, em outubro de 1997, para celebrar a Segunda Jornada Mundial das Famílias. A família é sempre a célula básica da sociedade e da Igreja. Células doentes enfraquecem todo o organismo.
Queria, ao findar esta carta, dizer uma palavra amiga de admiração a você, que se tornou mãe sem querer, e ficou sozinha com seu filho ou sua filha. Aceitou a vida que apareceu em você e enfrentou incompreensão e discriminação. O amor dedicado, animado pela fé no Deus da vida, faça com que suas crianças cresçam e se preparem para a vida, fazendo tudo para que não repitam sua experiência dolorosa.
Admiro todas as pessoas, Irmãs religiosas e casais, que procuram criar, para as crianças sem pais, um clima familiar, que suaviza as carências e os traumas de quem nunca teve um lar.
Jovens, preparem-se, no respeito ao projeto de Deus, à maravilhosa missão de serem pais responsáveis. Deixem que o Evangelho ilumine sua caminhada juvenil, cheia de esperança.
Jesus, Maria e José, rogai por nós.
Cartas Pastorais
Dom Giovanni Zerbini