Discípulos que dão frutos

Evangelho – Jo 15,1-8

 

Caríssimos:

          O tema central da Liturgia da Palavra deste Domingo do período Pascal é a nossa união com Jesus Cristo. União indispensável para vivermos como cristãos e para produzirmos os melhores frutos para nós e para toda a comunidade.

          “Eu sou a videira e vós os ramos.”. “Como o ramo não pode dar fruto por si mesmo, se não permanecer na videira, assim também vós não podeis produzir frutos, “se não permanecerdes em mim.” (Jo 15,4)

          Pelo Batismo nós fomos enxertados em Cristo. Assim a ação regeneradora do Espírito Santo na pia batismal realizou a passagem nossa “da decadência do pecado à plenitude da vida nova”.

          Agora Jesus Cristo solicita que não nos afastemos, porque, infelizmente, nós temos a capacidade de nos separar dele e assim ficarmos como terra árida ou como galhos secos.

          A videira é a árvore que mais se pode ver na Palestina, onde Jesus viveu.

          A videira, que produz suas uvas doces e seu vinho delicioso, é símbolo da fartura e da alegria, afinal símbolo de vida plena.

          Mas, atentos! Jesus fala de videira verdadeira. Existem certas videiras, que aparecem bonitas, cheias de folhas verdes. Se a gente encontra algum cacho no meio de tantas folhas, aquela uva é tão azeda que chega a ser intragável. Jesus é verdadeira videira. Sua seiva transmite vitalidade, energias e doçura.

          Ao contrário do “povo de Israel” que, apesar de tantos cuidados por parte de Deus, não soube produzir frutos. Tinham belas palavras, pareciam sabidos, mas se desligaram do projeto de Deus, de sua aliança, de seus mandamentos. Foram infiéis.

          Então Jesus é a videira autêntica, que produz os frutos esperados pelo Divino Agricultor.

          E Jesus faz questão de manter unidos a si os que nele acreditam, para, juntos, serem produtores de coisas maravilhosas, para a alegria de Deus, para uma convivência social, cheia de valores, que dão sentido à vida humana e chegarmos à vida eterna, pela energia que vem de Deus.

          Para que a vida não fique estéril é indispensável “permanecer em Cristo”. Isto comporta a escuta da Palavra e a sua prática.

          “Quem guarda os meus mandamentos permanece em Deus e Deus permanece com ele”.

           “Que Ele permanece conosco sabemo-lo pelo Espírito que ele nos deu” (1Jo 3,24)

          Jesus fala do agricultor que poda e limpa o ramo para que dê mais frutos.

          É uma operação dolorida, até parece que a videira chora lágrimas de verdade de onde o agricultor fez o corte. Mas depois saem os brotos novos, mais resistentes e produtivos.

          A união profunda e perseverante com Jesus Cristo exige disponibilidade a deixar-se podar. Esta ação do Pai-Agricultor suscita, frequentemente, decepção e queixas. Como se Deus nos golpeasse e castigasse sem dó. E até, muitas vezes, constatamos, com amargura, que os que não prestam passam bem, e os bons são atormentados.

           O sofrimento e as contrariedades vão nos educando e fortalecendo. Não é a idade que nos torna adultos, mas a virtude conquistada e provada.

          Peçamos a graça de sabermos aceitar, como Jesus, o caminho de espinhos e de pedras agudas, que se apresenta diante de nós, com a certeza que Deus é Pai, é o Agricultor, que sabe fazer produzir em nós frutos de grande valor: a compreensão, a paciência a força de vontade, a generosidade.

          Maria, Mãe da Igreja, nos ajude a ficarmos inseridos em Cristo, caminho, verdade e vida.