Décimo primeiro domingo do tempo comum. Festa de Santo Antônio de Pádua. O primeiro deles do devocionário popular das festas juninas. O povo brasileiro tem admiração especial por este santo. É comum nas comunidades católicas que trazem o seu nome, a distribuição do pão.
Estamos no ano b do anuário litúrgico. Neste ano, foi-nos reservado a leitura da narrativa da comunidade de Marcos. Lembrando que este evangelista, ao escrever o seu evangelho, tem a preocupação de responder a pergunta: quem é Jesus de Nazaré. E o faz, não através de conceitos dogmáticos, mas mostrando concretamente aquilo que ele fazia, curando e libertando os invisíveis da Palestina de seu tempo.
Como de praxe, Jesus tinha o costume de ensinar aos seus por meio de parábolas. Esta era a forma que as pessoas simples entendiam a sua mensagem. Desta forma, Ele fazia acontecer entre os mais pobres o seu projeto messiânico, como predileção especial do próprio Deus presente em sua vida. Era Deus mesmo que ia revelando no Filho a história de salvação do povo.
Rezei hoje em sintonia com o meu Araguaia. Nas primeiras horas desta manhã fria de Goiânia, uma enorme arara azul pousou em uma das árvores do condomínio onde estou hospedado, produzindo o seu som característico, saudando feliz o dia que descontava. Parece até proposital, para me fazer recordar do meu quintal. Avistei-a bela e imponente ave da janela do apartamento, e agradeci a Deus pelo dom da vida e da sua obra da criação. A mãe natureza com os seus caprichos
Jesus hoje compara o Reino de Deus a semente que é lançada ao chão. Sem que ao menos percebamos, ela vai fazendo acontecer o mistério da vida que está contido naquela pequenina semente. Semente que contém em si a vida, por minúscula que seja. Mistério este que se dá com a semente que para se fazer um projeto de vida, precisa passar pela experiência da morte. E assim ressurge com a força de suas entranhas proporcionando novas vidas a partir de si.
Nossas vidas são permeadas pela mesma experiência da semente. Uma semente no útero materno, e lá estamos nós, rompendo as barreiras, a caminho do bem viver. Desde o nosso nascer, trilhamos a nossa história de vida pessoal, numa caminhada rumo as nossas realizações. A semente divina que há em nós, precisa desabrochar sempre na perspectiva de produzir novos frutos, para além de nós mesmos. E são estes frutos que vão nos colocando em sintonia com as demais pessoas, construindo assim a beleza da vida. Se não somos capazes de fazer germinar esta semente que trazemos nós, deixamos de contribuir com o projeto de Deus e também não nos realizamos como filhos e filhas de Deus, criados para a realização plena.
A semente quando lançada, já traz em si a esperança renovada. Semear e confiar. Confiar na ação de Deus que não falha. Nestes tempos atuais, esta experiência nos diz muito. Somos desafiados a não somente fazer germinar a semente com toda a sua potencialidade, mas também resignificar as nossas vidas na construção de relações novas, onde esteja presente gestos concretos de empatia, solidariedade, justiça e bem querer para que esta semente do Reino de que fala Jesus, esteja entre nós, como força viva de amor.