Estamos no mês de agosto, um mês temático: vocacional. Uma oportunidade para refletirmos a importância das vocações para a Igreja e para a sociedade. Aproveitando, então, este ano santo de São José, vejamos como esse grande santo inspira a vivência das vocações:
Modelo de vida cristã: O Catecismo da Igreja Católica, nº 1.694, diz: “O cristão é aquele que, incorporado em Cristo pelo Batismo, morreu para o pecado e vive para Deus, seguindo a Cristo, conformando os seus pensamentos, palavras e ações com os seus sentimentos e seguindo os seus exemplos…”. São José não recebeu o Batismo cristão (água e Espírito), mas no “sim” silencioso, acolheu (cf. Mt 1,24) com fidelidade e radicalidade a fonte de água viva (cf. Jo 4,14). Aquele sobre o qual repousou plenamente o Espírito Santo (cf. Is 11,2; Lc 4,18). Logicamente, São José recebeu e viveu a graça batismal no desenrolar dos acontecimentos salvíficos de Cristo, onde fez parte.
Modelo de família: Guarda providente da Sagrada família, trabalhador incansável, presença marcante sempre junto à esposa e ao filho, São José ensina os pais a assumirem os filhos com responsabilidade, respeito e liberdade, o que significa amar sem reter, educar sem dominar, apontar caminhos sem exigir. A paternidade de São José se exprimiu, concretamente “em ter feito da sua vida um serviço, ao mistério da encarnação e à conjunta missão redentora; em ter usado da autoridade legal que detinha sobre a Sagrada Família para lhe fazer dom total de si mesmo, da sua vida, do seu trabalho (Patris Corde).
Modelo de vida religiosa consagrada: São José viveu a castidade “porque soube amar de maneira extremamente livre; nunca se colocou a si mesmo no centro; soube descentralizar-se, colocar Maria e Jesus no centro da sua vida” (Patris Corde). Foi obediente a Deus, como Maria (faça-se em mim segundo a Tua vontade), ensinou Jesus a obedecer e aprendeu com ele a ser obediente (Lc 2,40). Carpinteiro, viveu a pobreza de fato, juntamente com sua família. Pobre de espírito, esvaziou-se de si mesmo, deixando Deus agir em sua vida. Quantas páginas seriam necessárias para elencar as Congregações religiosas que têm São José como patrono e fonte dos seus carismas…
Modelo sacerdotal: São José não recebeu o ministério ordenado, mas foi íntimo do Sumo e Eterno Sacerdote do Pai e com Ele aprendeu a fazer da vida uma oferta cotidiana, uma mediação entre a frágil existência terrena e a eternidade insondável. O presbítero, é um servidor do mistério, pela graça ministerial, numa paternidade espiritual (padre), “quando chega a plenitude dos tempos, São José se torna verdadeiramente ministro da salvação” (PC 3). Pai na adoção, como o padre, que deve ser capaz de dar a vida pelos seus “filhos espirituais”, São José inspira os presbíteros no jeito de ser paterno: amoroso, terno, obediente, acolhedor, com coragem criativa e na sombra (cf. Patris Corde).
Modelo para os que abraçam a santidade: São José é inspirador das vocações, que tem como objetivo fazer a vontade de Deus e viver a santidade proposta por Jesus, pois foi ele um judeu fiel, justo e decidido. “A vida espiritual que José nos mostra, não é um caminho a ser explicado, mas um caminho a ser acolhido; o seu protagonismo é corajoso e forte (Patris Corde). Vocacionados à santidade, pela graça batismal, encontramos em São José, um grande aliado e um ilustre intercessor. No seu testemunho e pelas suas preces, o nosso “Ser Igreja”, ganha força martirial, na árdua missão de proclamar Jesus Cristo e o seu Reino.
Tomados pelas mãos de São José, caminhemos firmes na fé, fiéis e perseverantes na vocação que o Senhor nos chamou. São José, valei-nos!
Dom Amilton Manoel da Silva, CP
Bispo diocesano de Guarapuava – PR
Fonte: Diopuava