Reflexão litúrgica:
Sexta-feira, 20/08/21,
20ª Semana do Tempo Comum
Sexta-feira, 20/08/21,
20ª Semana do Tempo Comum
Na Liturgia desta sexta-feira da XX Semana do Tempo Comum, vemos, na 1a Leitura (Rt 1,1.3-6.14b-16.22), que o autor apresenta uma vida familiar exemplar, em meio à pobreza e às provações, vida rica de fidelidade, solicitude, afeição mútua. Elimelec se expatria para garantir o pão aos seus; Noemi, viúva e sem filhos, preocupa-se com o futuro das duas noras viúvas; Rute deixa de lado seus interesses individuais e se dedica à sogra. Há ampla solidariedade entre parentes, compreensão dos valores e dotes femininos; em tempos de discórdia são elogiadas as virtudes morais da família, e tem-se uma visão universalista: uma estrangeira, fiel, boa pessoa, trabalhadora, adora a Deus e entra no povo eleito, tornando-se antepassada de Davi e, portanto, do Messias (Mt 1,5). São essas as mensagens para nós: a virtude autêntica está na base da vida familiar e social; o egoísmo, as divisões, as discriminações raciais, sociais, religiosas não entram no plano de Deus.
No Evangelho (Mt 22,34-40), Jesus faz do amor a Deus e ao próximo um único mandamento: essa é a novidade cristã. Neste trecho do evangelho, Jesus proclama o mandamento do amor aos que o odeiam. De fato, os grupos religiosos da época vieram a Jesus, não para se instruir, mas para desfazer Dele: “armaram-lhe uma cilada”. Jesus apresenta que os dois mandamentos são iguais, o segundo é explicação do primeiro. Neste sentido, o amor ao próximo é o único modo que o cristão tem à sua disposição para testemunhar ao mundo, a exemplo de Cristo, o amor a Deus: “Quem não ama seu irmão, a quem vê, não pode amar a Deus, a quem não vê” (1Jo 4,3).
Um questionamento que devemos nos fazer: A liturgia ou outros segmentos pastorais de que participamos estão nos ajudando a abrir os olhos e o coração para amar mais intensamente nossos irmãos e irmãs? Um dos critérios para saber se houve a experiência de Deus é ver se a caridade aumentou, se houve maior encaixe na pastoral, maior abertura, sensibilidade com os que sofrem, integração na comunidade, facilidade em acolher, perdoar etc. O amor a Deus é fonte de serviço ao próximo, e o amor ao próximo deve ser expressão concreta do nosso grande amor a Deus. A Constituição Pastoral Gaudium et Spes (Alegria e Esperança) do Concílio Vaticano II, sobre a Igreja no mundo atual, nos diz: “As alegrias e as esperanças, as tristezas e as angústias dos homens de hoje, sobretudo dos pobres e de todos aqueles que sofrem, são também as alegrias e as esperanças, as tristezas e as angústias dos discípulos de Cristo; e não há realidade alguma verdadeiramente humana que não encontre eco no seu coração”.