O real e o ódio

Todos os que têm acompanhado a trajetória dos textos que estou rabiscando e postando aqui, sabem que a minha intenção inicial é a de provocar a REFLEXÃO das pessoas. Com este objetivo em mente, tenho oportunizado algumas pistas para o encaminhamento destas reflexões. Uma reflexão que faça uso de um RACIOCÍNIO LÓGICO, talvez na linha do filósofo francês René Descartes: “Cogito ergo sum” – Penso, logo existo. Sim, porque a realidade que ora vivenciamos, precisa ser DISSECADA com os OLHOS DE LINCE.

Tenho vivido igual a canção de Zeca Baleiro: “Ando tão a flor da pele, que qualquer beijo de novela me faz chorar…” Não tem sido fácil para nenhum de nós viver os dias, sem experimentar este sentimento de INSEGURANÇA e IMPOTÊNCIA frente ao real que nos circunda. Precisaria ser muito INSENSÍVEL para não se deixar tocar por este momento atual. E há pessoas com este grau de insensibilidade no meio de nós. Tenho vários amigos que tem manifestado esta ANGÚSTIA e, muitos deles, não estão se sentindo bem e CONFORTÁVEIS perante este quadro.

O meu estado de espírito tem determinado os meus dias. Meu CORAÇÃO está tão fragilizado que acabo transferido para os meus textos o que vai dentro de mim. Estou vivenciando nestes dias, aquilo que Mateus nos alerta: “A boca fala aquilo de que o coração está cheio.” (Mt 12, 34). Como o meu propósito é também o de SUSCITAR a ESPERANÇA nas pessoas, ajudando-as a encontrar um CAMINHO, que seja viável ser trilhado, não tive coragem de postar o texto de ontem, visto que estava carregado de negatividade.

O tempo vai passando e o vírus vai colhendo novas vidas. A cada dia que passa, aumenta ainda mais o numero daqueles que vão nos deixando órfãos. Todos estamos cientes, de que algo precisa ser feito, como forma de conter ainda mais a circulação do vírus. A única forma que a COMUNIDADE CIENTIFICA INTERNACIONAL aponta, para não termos mais mortes, é o isolamento social. O ficar em casa. Mas como o Brasil é o país do “JEITINHO”, encontraram uma forma paliativa que é o ISOLAMENTO VERTICAL. Que também pode ser traduzido por “SUICÍDIO VERTICAL”, uma vez que quem sai, trás para dentro de casa, o vírus que ganhou de presente ao sair. Esta ideia parte de quem também concebe um DEUS VERTICAL, ou seja, “ele” (em minúsculo) lá em cima e nós aqui nos lascando.

É preciso ficar em casa. É mais do que necessário ficarmos nas nossas casas. Ela, é o melhor lugar para estar, junto com aqueles que amamos. Até que uma vacina seja descoberta, testada e verificada a sua eficácia, demanda tempo. Tempo necessário para que a CIÊNCIA possa trabalhar e nos ajudar a chegar onde precisamos chegar. Neste intermédio, veremos os discípulos da flexibilização, da volta ao trabalho, da recuperação da economia, e da Cloroquina, sem conhecimento de causa algum, receitar-nos o medicamento que ainda não provou nada muito menos ser eficaz na contenção deste vírus.

Evidentemente, quando expomos as nossas ideias, geralmente algumas pessoas não gostam. Tenho recebido várias manifestações de pessoas, contrarias ao meu modo de pensar. Algumas delas até de forma agressiva. Entretanto, comungo da ideia de Martin Luther King, quando diz: “Para criar inimigos não é necessário declarar guerra, basta dizer o que pensa.” Assim, sigo manifestando o meu pensamento, as minhas idéias. Como sou seguidor do Ressuscitado, faço uso da fala de João, no evangelho do dia de hoje, e que nos dá grande alento para continuar lutando por aquilo que se acredita: “ Se o mundo odiar vocês, saibam que odiou primeiro a mim. Se vocês fossem do mundo, o mundo amaria o que é dele. Mas o mundo odiará vocês, porque vocês não são do mundo, pois eu escolhi vocês e os tirei do mundo. (Jo 15, 18-19)