Jesus, manso e humilde de coração, fazei o nosso coração semelhante ao vosso e aumentai a nossa fé

Reflexão litúrgica:
Quarta-feira, 13/10/21,
28ª Semana do Tempo Comum
Na Liturgia desta quarta-feira, 27ª Semana do Tempo Comum, na 1a Leitura (Rm 2,1-11), o Apóstolo Paulo nos diz que quem age como juiz que condena, será igualmente condenado. Paulo analisa a vivência dos judeus e mostra que eles não têm força moral para julgar o pagão, pois eles receberam a revelação e conhecem a vontade de Deus e, apesar disso, vivem praticamente como os pagãos. Por isso, o julgamento se torna para eles ainda mais rigoroso. De nada adianta professar a fé com palavras e ideias, porque Deus ao julgar, leva em conta aquilo que a pessoa pratica, as suas ações concretas sem fazer diferença entre as pessoas. No dia do juízo cada um recolherá o que houver semeado, a vida eterna ou a cólera divina.
No Evangelho (Lc 11,42-46), o Evangelista Lucas, neste trecho, nos fala das três maldições de Cristo contra os fariseus e escribas:
– A primeira maldição refere-se ao formalismo dos fariseus que discutem sem fim preceitos ínfimos, mas esquecem os mandamentos essenciais: “Ai de vocês, fariseus, porque dão a Deus o dízimo da hortelã, da arruda e de toda a sorte de hortaliças, mas desprezam a justiça e o amor de Deus! Vocês deviam praticar estas coisas, sem deixar de fazer aquelas” (v.42);
– A segunda maldição é contra as autoridades religiosas que preferem as honras ao serviço: “Ai de vocês, fariseus, porque amam os lugares de honra nas sinagogas e as saudações em público!” (v.43);
– A terceira maldição afirma que estas pessoas são tão acostumadas nos vícios que a simples aproximação delas faz contrair a mesma impureza que se contrai ao contato de um túmulo: “Ai de vocês, porque são como túmulos que não são vistos, e que as pessoas pisam e andam sem o saber!” (v.44).
No embate de Jesus com os doutores da lei, Jesus acusa-os de haverem de tal modo agravado a lei que torna intolerável a vida religiosa: “Um dos peritos na lei lhe respondeu: “- Mestre, quando dizes essas coisas, insultas também a nós. Disse Jesus: – Ai de vocês também!, porque sobrecarregam os homens com fardos que dificilmente eles podem carregar, e vocês mesmos não levantam nem um dedo para ajudá-los” (v.45-46).
Concluo esta reflexão afirmando que é preciso preocupar-se com amar sincera e concretamente, não impor aos outros fardos que não toleramos, ser autênticos e simples, abertos ao influxo do Espírito Santo, numa disponibilidade a toda prova, profundamente unidos na comunhão eclesial, nos fazendo semelhantes a Cristo que era ‘manso e humilde de coração’: “Venham a mim, todos os que estão cansados e sobrecarregados, e eu darei descanso a vocês. Tomem sobre vocês o meu jugo e aprendam de mim, pois sou manso e humilde de coração, e vocês encontrarão descanso para as suas almas. Pois o meu jugo é suave e o meu fardo é leve” (Mt 11,28-30).
Boa reflexão e que possamos produzir muitos frutos para o Reino de Deus.

 


Padre Leomar Antonio Montagna é presbítero da Arquidiocese de Maringá, Paraná. Doutorando em Teologia e mestrado em Filosofia, ambos pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná – PUCPR – Câmpus de Curitiba. Foi professor de Teologia na Faculdade Missioneira do Paraná – FAMIPAR – Cascavel, atualmente é professor do Curso de Filosofia da PUCPR – Câmpus Maringá.