Por amor a Deus o cristão será capaz de renúncias, sacrifícios e gestos heróicos

Reflexão litúrgica:
quarta-feira, 20/10/21,
29ª Semana do Tempo Comum
Na Liturgia desta quarta-feira, 29ª Semana do Tempo Comum, na 1a Leitura (Rm 6,12-18), o Apóstolo Paulo nos diz que o cristão está associado à vida gloriosa de Cristo, por isso o pecado não deve ter mais domínio algum sobre seu corpo. O cristão livre é aquele que escolhe obedecer absolutamente às leis de Deus. Por amor a Deus o cristão será capaz de renúncias, sacrifícios e gestos heroicos. O cristão não pode voltar a ser escravo dos antigos costumes, isso seria abandonar o serviço livre generosamente prometido a Deus. Não há, pois, uma alternativa possível: ou escravo do pecado, isto é, da desobediência e revolta que leva à morte física e espiritual, ou da obediência que leva à justiça, ou seja, à intimidade com Deus, à sua amizade e à eterna bem-aventurança.
No Evangelho (Lc 12,39-48), a intervenção de Pedro mostra que a exortação de Jesus sobre o sentido da espera e a perseverante vigilância vale em primeiro lugar para aquele que está na coordenação da comunidade ou melhor a seu serviço. Seu êxito na vida depende do modo como exerce tal serviço. A responsabilidade é ainda maior quando se sabe o que deve ser feito. Por sua vez, a comunidade cristã, esperando continuamente a chegada imprevisível do Senhor, permanece atenta, concretizando a busca do reino por meio da prontidão para o serviço fraterno.
“Ao criar o mundo Deus deu a cada um de nós uma missão e nos capacitou para cumpri-la. Assim sendo, o mundo foi originado para que o homem cuidasse dele e o preservasse. Da mesma forma, somos aqui na terra cooperadores do reino de Deus e estamos a serviço da casa do Senhor. Todos nós que, pela fé, assumimos a salvação de Jesus e perseguimos continuamente a conversão, somos administradores do reino do céu que deseja se instalar na terra, seja na nossa família, na comunidade ou no mundo todo. Deus almeja dar a nós, seus filhos e filhas, uma melhor qualidade de vida, fazendo com que todos participemos aqui na terra, de uma vida abundante. Ele nos chamou para que sejamos seus operários, cuidando do povo que ainda não provou da comida e da bebida que Ele oferece. Seremos considerados seus fiéis e prudentes administradores, se formos encontrados no lugar exato onde Ele deseja que estejamos. Porém, se nos desviarmos do caminho e, por qualquer motivo, deixarmos para depois o que precisamos fazer hoje, seremos pegos de surpresa pelo Senhor que chegará num dia inesperado, e, assim, sofreremos as consequências. Mas como é que poderemos ser esses administradores fieis? A prudência nas nossas atitudes, a coerência de vida, tomar consciência do nosso dever e da nossa missão são condições para que possamos viver com inteligência a nossa condição de administradores fieis. Vivemos com sabedoria quando trabalhamos para aumentar os nossos dons. Para nós será terrível o desperdício, a acomodação, a passividade diante dos fatos que nos impõem uma ação concreta de amor. Quanto mais conhecimento tivermos dos mistérios de Deus mais ainda receberemos condições de vida e, por isso, muito mais seremos cobrados” (Helena Colares Serpa – Comunidade Católica Missionária Um Novo Caminho).
Boa reflexão e que possamos produzir muitos frutos para o Reino de Deus.


Padre Leomar Antonio Montagna é presbítero da Arquidiocese de Maringá, Paraná. Doutorando em Teologia e mestrado em Filosofia, ambos pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná – PUCPR – Câmpus de Curitiba. Foi professor de Teologia na Faculdade Missioneira do Paraná – FAMIPAR – Cascavel, atualmente é professor do Curso de Filosofia da PUCPR – Câmpus Maringá.