Santo Amaro, discípulo de São Bento

Hoje, convido-vos a conhecer melhor a história de vida de um grande Santo da Igreja Católica que viveu no inicio do cristianismo; e junto com seu pai espiritual, renovou a vida da Igreja e a fé do povo. O Santo a quem me refiro é Mauro, ou, como é conhecido, Santo Amaro. Vamos então mergulhar na história de vida deste Santo?

Infelizmente, chegou até nós poucos detalhes de sua vida, e tudo o que sabemos dele está contido em dois trechos da vida de São Bento, que nos foi contado por São Gregório Magno; e de acordo com ele, Santo Amaro nasceu no final do século V, dentro de uma família muito influente do Império Romano. Seu pai, o senador Equício, o confiou ainda muito jovem aos cuidados do Monge São Bento para que fosse formado na vida monástica. Algum tempo depois, seu primo, São Plácido, também ingressou na vida monástica. Santo Amaro era extremamente dedicado aos estudos e adquiriu grande sabedoria nas coisas terrenas e espirituais, desta maneira, era muito bem visto aos olhos de São Bento e era exemplo para os mais jovens do mosteiro.

Santo Amaro foi um dos primeiros seguidores do Pai do Monaquismo Ocidental, e por isso mesmo, nutria grande reverencia por São Bento e era humildemente obediente a ele. A respeito de tal obediência, conta-se um fato curioso, um milagre.

Certa vez, enquanto estava imerso em oração, foi revelado a São Bento que o menino Plácido, que tinha ido ao lago buscar água, por falta de atenção, havia caído e estava já se afogando. Ao atentar que a visão provinha da benevolência de Deus, chamou Amaro e lhe disse: “meu irmão Amaro, corre porque aquele mongezinho que foi buscar água caiu e a onda o carrega”. Ao ouvir as ordens do Santo Abade, partiu imediatamente e correu o mais de pressa possível e foi ao encontro de Plácido no meio do lago. chegando até plácido, segurou-o e o carregou até a terra. Somente quando pôs seus pés em terra que percebeu que havia caminhado sobre as ondas da mesma maneira que o apóstolo São Pedro no lago de Tiberíades, e que seu hábito estava seco como se não houvesse nem passado próximo a água.

Quando chegou no mosteiro contou o que havia se passado; e São Bento disse que isso havia ocorrido pelos merecimentos de Amaro, porém o discípulo estava convicto do contrário, ou seja, tinha a certeza que era por mérito do Santo Abade. Observemos, irmãos, que belo exemplo de humildade desses homens de Deus, nenhum atribuía o milagre aos seus próprios méritos.

Outra informação que nos chegou através de biografias apócrifas, é que Santo Amaro frequentava o monastério de do Subíaco, a fim de adquirir sabedoria e métodos de se alcançar a vida eterna, através do convívio com seu mestre.  Tendo essa grande ligação com o mestre, acompanhava-o nas mudanças que ele fazia; até que São bento se fixou em Montecassino. Neste local, Santo Amaro foi o primeiro superior e administrador. 

A respeito de Santo Amaro, mesmo com poucos dados biográficos, podemos concluir que foi um homem de grande virtude, modelo de obediência, humildade e caridade. Santo Amaro era extremamente austero consigo, entretanto bondoso e caridoso com os outros. Em seu dia a dia a vida consistia na leitura meditada da Palavra de Deus e no louvor litúrgico, e muito trabalho com intensa caridade fraterna e ajuda mútua dentro do monastério.

Com o aumento de jovens, por toda a Europa, desejosos de seguir a vida monástica, Santo Amaro, foi enviado pelo seu Mestre à França, onde fundou, em 535, o primeiro mosteiro beneditino, em Glanfeuil, no Anjou, que graças à boa vontade do rei difundiu-se numa velocidade impressionante, e, à sua volta, surgiu a primeira vila que leva seu nome.

Já com o corpo exausto de uma vida entregue à penitencias e oração, o Santo faleceu no mosteiro francês aos setenta e dois anos, no dia 15 de janeiro de 567, depois de uma peste que matou muitos de seus monges. Este Santo é invocado contra várias doenças e especialmente enxaquecas, artrose e artrite.

Ao conhecermos a história deste Santo, ficou claro que uma de suas tantas qualidades era a obediência e através dela foi alcançado o milagre de andar sobre a água; e nós também devemos essa obediência. Mas a quem devemos ser obedientes? A Deus, à Igreja e a seus representantes. Portanto, sejamos como Santo Amaro, obedientes a vontade de Deus que nos é apresentada pela Santa Igreja. Que Santo Amaro interceda por nós junto a Deus.


Eduardo Correia Nassar, é graduado em Filosofia, atua como Ministro Auxiliar da Sagrada Eucaristia e Catequista na Paróquia Nossa Senhora do Rosário,  em Rosário do Ivaí PR.