A correção fraterna

A liturgia de hoje nos ajuda na decisão de um dilema: o que fazer quando uma pessoa amiga está no erro?

Na 1ª leitura (Ez 33,7-9), o profeta Ezequiel aparece como uma “sentinela”, que Deus colocou para vigiar a “Casa de Israel”. Sentinela é o guarda atento, que perscruta o horizonte para prevenir o povo de possíveis perigos. Quando percebe um perigo, deve tocar o berrante. Assim a comunidade poderá preparar-se para enfrentar o inimigo. Se não o fizer, será responsável pela catástrofe. Ezequiel é conhecido como o “Profeta da Esperança”. Ele alimenta a esperança do povo afirmando que Deus não os abandonou, apesar dos seus pecados.

Na 2ª leitura (Rm 13,8-10), Paulo ensina que o amor é a plenitude da Lei e o caminho para corrigir o irmão que erra.

O Evangelho (Mt 18,15-20) sugere o modo de proceder com o irmão que errou. Iniciamos o “Discurso Eclesial” (o quarto), em que Jesus apresenta uma catequese sobre correção fraterna na Comunidade:

1) Um encontro pessoal a sós com esse irmão, pois muitas vezes costumamos espalhar o erro aos quatro ventos. O amor é mais importante do que a verdade.
2) Se ele não ouvir, pedir a ajuda de outras pessoas, que tenham sensibilidade e sabedoria.
3) Se essa tentativa também falhar, levar o assunto à comunidade para recordar ao infrator as exigências do caminho cristão. Mas a intervenção deve ser guiada pelo amor.
4) Se persistir no erro, será considerado um pagão. Não é a Igreja que exclui o infrator, é ele que recusa a proposta do Reino e se coloca à margem da Comunidade.

Jesus ainda fala da oração. Isso quer nos lembrar que, quando a correção não for possível por outros meios, ainda poderá ser possível pela oração, feita em comum, em nome de Jesus.

Qual tem sido a minha atitude diante dos pecados do outro? É preciso saber separar a pessoa do seu erro.

Fonte: Diopuava


Dom Amilton Manoel da Silva CP, é missionário passionista e  bispo diocesano de Guarapuava  PR.