A Liturgia da Palavra deste domingo nos ajuda a compreender que o amor está no centro na experiência cristã. No Evangelho, Jesus sintetiza toda a lei divina no amor a Deus e ao próximo. Todos os outros mandamentos e preceitos são um desdobramento desses dois.
Mais uma vez, os fariseus tentam pegar Jesus. A pergunta sobre o maior dos mandamentos tinha o objetivo de colocar Jesus em contradição ao eleger um dos mandamentos como superior aos outros. (v. 35) No entanto, novamente o Mestre se vale da situação para dar uma lição aos seus interlocutores, fazendo uma belíssima síntese de toda a lei divina. Há uma profunda relação entre o amor a Deus e ao próximo. O amor ao próximo dever ser semelhante ao amor a Deus. (v. 39) Desta forma, Jesus revela que o amor ao próximo é o modo mais perfeito de se amar a Deus. No amor se cumpre toda a lei do Senhor. O próprio Cristo nos deu o exemplo ao entregar sua vida pela salvação do mundo. Na noite em que ia ser entregue, Ele se reuniu com seus discípulos para lhes confirmar o mandamento do amor. (cf. Jo 15, 12) O amor assumido e vivido na sua radicalidade é o fundamento e o princípio norteador na vida cristã.
Não é possível ser cristão sem uma existência pautada no amor. Quem ama a Deus não coloca nada acima Dele, não toma seu nome em vão nem deixa de guardar seus preceitos; quem ama ao próximo, não o lesa, não o objetifica nem o calunia ou difama. A resposta de Jesus foi muito sábia e deve ser assimilada com radicalidade por todos aqueles que se dizem seus discípulos. O amor é o distintivo do cristão. (cf. Jo 13, 35) Negligenciá-lo é negar nossa identidade.