Numa lista com nomes de possíveis novos santos no Vaticano, também consta o nome do cientista Jerome Legeune (1926-1994). O processo de reconhecimento do santo passa por várias etapas. Hoje ele é reconhecido como venerável. Após um milagre será declarado beato e após um segundo milagre será canonizado. E assim o culto de veneração ao santo se estenderá a Igreja do mundo todo. Mas quem foi este santo cientista? E qual foi sua contribuição para humanidade?
Legeune foi um médico francês, pediatra e professor de genética. Foi ele quem descobriu a anomalia cromossônica chamada trissomia 21, também denominada Síndrome de Down. Essa primeiramente foi estudada pelo cientista inglês, Jonh Down (1866), por isso leva o seu nome. A descoberta da origem genética levou a humanidade à promoção dos direitos da pessoa portadora dessa síndrome. Antes disso, tais pessoas eram taxadas como loucas e vítimas de preconceitos e maus tratos da sociedade.
Uma característica marcante na trajetória científica de Jerome Legeune foi sua luta em defesa da vida. Como amigo do papa São João Paulo II, foi eleito o primeiro presidente da Academia Pontifícia para Vida (1994). Essa é uma academia de ciências, cujos estudos são voltados para compreensão e valorização da vida. Seu nome foi cogitado ao prêmio Nobel.
A definição do início da vida adotado pela Igreja é a mesma de Jerome Legeune. Para ele a vida começa na fecundação, quando o espermatozóide e um óvulo se encontram, combinando seus genes, o que ocorre nas primeiras 24 horas após um ato sexual. A partir daí, já se pode falar do início de uma vida, cujo caráter é inviolável. Muitas posturas de estudiosos atuais sustentam que a vida começa num período mais tarde, justificando o aborto no inicio da gravidez.
Jerome Legeune foi um homem de fé, e como cientista combateu as políticas e filosofias do seu tempo que relativizavam o valor da vida e favoreciam a prática do aborto, o que infelizmente se tornou uma bandeira de muitos teóricos da sociedade pós moderna.