A paz esteja convosco

Evangelho – Lc 24,35-48

Caríssimos:

          “Ainda estavam falando, quando Jesus apareceu no meio deles e lhes disse:- A paz esteja convosco.” (Lc24, 36)

          Especialmente depois da Ressurreição, Jesus, diversas vezes, se apresenta aos discípulos, desejando-lhes a paz: “Eu vos deixo a paz, eu vos dou a minha paz. Não vô-la dou como o mundo a dá. “(Jo 14, 27)

          Isto Jesus já tinha anunciado, quando falava aos discípulos da sua futura Morte e Ressurreição. O que vem a ser a paz de que Jesus tanto fala? O fruto da justiça será a paz… O meu povo habitará em moradas de paz. (Is 32, 17-18)

           A paz é, antes de tudo, consequência da justiça. Se eu observo a ordem, tenho a paz, como na desordem fico inquieto e apreensivo. Quando desaparece a paz? Quando não consigo reconhecer e corrigir meus erros, embora leves; quando transgrido normas de comportamento moral e ignoro Deus.

          Tudo isso fere a justiça e deixa perturbado e angustiado. Aí não há paz, mas sofrimento. A saudação de Jesus é um convite, dirigido a todos nós, a analisar a nossa consciência, e a ver qual a nossa posição diante de seu amor por nós; amor que se revela também nas orientações, (nós as chamamos mandamentos da lei de Deus), que expressam sua preocupação para conosco e para com a nossa felicidade.

          Paz com Deus.  Teremos a paz com Deus, quando dermos uma resposta positiva à sua vontade. Rezamos no Pai Nosso: “Seja feita a vossa vontade, assim na terra como no céu”. Vontade de Deus é como dizer projeto de Deus, o seu plano de proporcionar, para nós, o caminho da felicidade, traçado na revelação de seus pensamentos, incluídos na Bíblia.

          Teremos a alegria da paz, quando respondermos, com o nosso amor, ao amor de Deus por nós. A paz com o próximo. A paz com o próximo é fruto da caridade sincera, que nos faz amar as pessoas sempre, apesar de seus defeitos e de nos prejudicarem.

          As discórdias e divisões nas famílias, entre famílias e em toda parte, vão desaparecer:

– Quando tratar os outros, como eu desejo ser tratado.

– Quando desculpar os outros, como eu desejo ser desculpado.

– Quando aguentar os outros, como eu desejo ser suportado.

– Quando compreender os outros, como eu desejo ser compreendido.

          Se queremos a paz, devemos ser construtores da paz sempre e em toda parte. Importante olhar os nossos defeitos e não somente os defeitos dos outros!

          A paz interior será resultado de nossa batalha contra nossos egoísmos e o nosso orgulho. Aqui, sim, valem as palavras de Jesus: “Não vim trazer a paz, mas a guerra.” (Mt 10,34), porque os mais poderosos inimigos do homem estão dentro dele mesmo. Assim, lutando contra nossas más inclinações, conquistaremos aquela paz, que é paciência e tranquilidade, que nos torna superiores a qualquer acontecimento.

          Se queremos manter perfeito equilíbrio, devemos saber dominar a nós mesmos. Para demonstramos nossa fé no Cristo Ressuscitado, para que seu apelo de paz não caia no vazio depois de 2000 anos, procuremos: ter pureza de coração. Seguir os planos de Deus, sua vontade. Amar para valer os irmãos. Combater o egoísmo e o orgulho.