Na lógica do amor gratuito somos chamados a amar a todos, mas dedicandose mais aos que estão em maior necessidade. É o exemplo da mãe em família: ama a todos os filhos e filhas, mas devota-se mais aos pequeninos e a quem tem alguma deficiência. O amor é o mesmo, mas usa de sabedoria e inteligência.
Esta atenção prioritária aos mais pobres caracterizou as primeiras comunidades cristãs, empenhadas em que todos tivessem o necessário, colocando até os recursos em comum.
A força e a beleza do amor gratuito marcaram o próprio ensinamento dos apóstolos que, ao celebrarem a Eucaristia, ensinaram a necessidade de acolher o próprio Cristo no pobre (1 Jo 3.20). É sempre a lógica do amor gratuito.
O Papa João Paulo II ilumina esta atitude de ir aos mais necessitados, afirmando que “a predileção pelos últimos é a garantia do amor a todos”. A razão é que neste amor aos últimos se manifesta a verdade e a pureza da gratuidade. Quem não se lembra das palavras de Jesus em Lc 14,13 formando os discípulos para a gratuidade: “quando deres uma ceia convida o pobre, o coxo, o cego porque eles não podem te convidar”. O Pai do Céu está atento e saberá recompensar a gratuidade do amor.