A vigilância

Queridos peregrinos, neste final de semana, iniciamos mais um Ano Litúrgico na vida da Igreja. O Advento marca um novo tempo na nossa caminhada de fé. Nele, celebramos a esperança cristã na segunda vinda do Senhor. O nosso o nosso coração deve se encher dos mesmos sentimentos dos profetas que aguardavam a vinda do Messias prometido por Deus. Em Jesus, nossa história encontrará sua plenitude para vivermos a perfeita comunhão com o Senhor.

Neste Primeiro Domingo do Avento, a Liturgia da Palavra nos convida à vigilância. A leitura do Profeta Isaías nos recorda os inúmeros benefícios que o Senhor realizou em favor do seu povo. (cf. Is 64, 3) Ela também nos revela a dureza de coração com a qual o povo recusa o amor de Deus. (cf. Is 63,17) Não há outro caminho de salvação se não a iniciativa do próprio Senhor. (cf.  Is 64, 4) Em Jesus Cristo, Deus vem ao encontro do seu povo para libertá-lo e concede-lhe a vida para qual fora criado. Nele, contemplamos a fidelidade do Pai que não se esquece do seu povo. (cf. 1 Cor 1,9) A Igreja acredita e espera a segunda vinda de Cristo com os mesmos sentimentos e desejos dos profetas. Por isso, a vigilância é um elemento fundamental na vida cristã. Por meio dela, nós superamos o sono da infidelidade e perseveramos atentos no caminho de Jesus até que Ele venha. (cf.  Mc 13, 37)

Toda a nossa caminhada de fé deve ser orientada pela certeza da vinda do Senhor. A vigilância cristã é fruto da nossa esperança. Trata-se da perseverança no caminho do Senhor. A melhor forma de vivermos esse tempo de espera e prepararmo-nos para o encontro com o Senhor é comprometendo-nos com o seu reino de justiça, amor e paz. Como podemos fazer isso de forma concreta em nossos dias? Buscando o Senhor em todas as coisas, amando-nos como Ele nos amou e resistindo com coragem, esperança e determinação contra as formas do mal. A oração, a caridade e a resiliência são formas bastante concretas de vivermos a vigilância que o Senhor nos pede num mundo marcado por tantas contradições. Não podemos deixar que o medo, a frustração e o cansaço roubem a nossa esperança. O Senhor virá! Ele não falha em sua promessa. Essa é a certeza que deve nos animar diariamente.