Abrir as portas e o coração a Deus que nos visita todos os instantes

Reflexão litúrgica: quinta-feira, 23/11/23,
33ª Semana do Tempo Comum

 Na Liturgia desta quinta-feira, 33ª Semana do Tempo Comum, na 1a Leitura (1Mc 2,15-29), diante da arrogância e violência que desprezam os direitos fundamentais do homem, não é lícito ficar indiferente, esconder-se atrás de um ‘não é problema meu’, ‘o mundo foi sempre assim’ etc. Acontece que cada pessoa tem sua parte de responsabilidade no combate à violência e injustiça, bem como no esforço para tornar o mundo mais humano. O exemplo de Matatias, que se recusa a queimar incenso ante os ídolos, oferece-nos outro exemplo valioso de qual deva ser a atitude do cristão, solicitado muitas vezes, pela conveniência ou pelas paixões individuais ou de grupo, a sacrificar aos modernos ídolos: bem-estar, carreira, posição social etc. Temos verdadeira necessidade de permanecer no deserto para renovar as reservas de força e serenidade, e não ceder. A pressão do ambiente é demasiado forte e se não pusermos em nosso caminho faixas de silêncio, não deixamos espaço para Deus nos falar.

No Evangelho (Lc 19,41-44), as lágrimas de Jesus têm longa história e profundo significado. Jesus, explicando os motivos do seu pranto, declara que Jerusalém poderia ainda ‘hoje’ compreender aquilo que serve à sua salvação. Trata-se, pois, do último dia de graça oferecido por Deus à cidade santa, mas ela não acolhe essa oportunidade. Abrem-se lhe as portas da cidade, mas o coração permanece fechado.

Jerusalém vive a contradição de ser considerada a cidade santa e ao mesmo tempo abrigar instituições promotoras da dominação; por isso, não consegue identificar na visita de Jesus a ela a possibilidade de trilhar um caminho de paz e de justiça.

Boa reflexão e que possamos produzir muitos frutos para o Reino de Deus.

 


Padre Leomar Antonio Montagna é presbítero da Arquidiocese de Maringá, Paraná. Doutorando em Teologia e mestrado em Filosofia, ambos pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná – PUCPR – Câmpus de Curitiba. Foi professor de Teologia na Faculdade Missioneira do Paraná – FAMIPAR – Cascavel, do Curso de Filosofia da PUCPR – Câmpus Maringá. Atualmente é Pároco da Paróquia Nossa Senhora das Graças em Sarandi PR.