Mais uma vez Jesus nesse Evangelho nos desafia a sermos pessoas diferentes. Sabemos que os Israelitas tinham como preceito amar os amigos e odiar os inimigos. Eles consideravam amigos os que faziam parte do seu povo, da sua religião. Os demais consideravam inimigos. Coisa fácil é amar os que nos amam, nos aceitam, pensam como nós. Não é verdade? Mas, o que Jesus nos propõe muda toda a lei antiga. Jesus vem dar um novo sentido da lei levando a sua plenitude.
A lei que o Senhor nos apresenta é a do amor. O amor que nos assemelha ao Pai é o da Misericórdia. O amor que é capaz de perdoar ‘’até setenta vezes sete’’. Quer dizer sempre. Um amor que não faz distinção de pessoas, que não espera recompensa, vive a gratuidade. Um amor que é capaz de rezar pelas pessoas que nos perseguem nos faz o mal. Um amor de compaixão. Para isso somos convidados/as a fazer um caminho desafiador, que nos leve para dentro de nós mesmos, precisamos alimentar uma intimidade com o Senhor, fazer a experiência do encontro que transforma a nossa vida, que nos inquieta, nos fortalece na caminhada, que nos faz sair de nós mesmos através de ações solidárias, sentindo a necessidade de irmos ao encontro daqueles que mais precisam.
O encontro profundo com o Senhor nos inquieta, nos faz pessoas diferentes, mais amorosas, gentis. É um encontro que nos coloca na condição de discípulos. Amar os inimigos, é um sentimento que vem do coração que exige da nossa parte atitude de conversão, é fazer o bem a quem nos faz ou deseja o mal. Jesus na cruz é a maior prova desse amor gratuito, de salvação. Por isso, se por ventura alimentamos em nosso coração alguma mágoa, tristezas e sofrimentos, por alguma ofensa, calunia recebida, e tudo isso insiste em tirar a nossa paz, pela dificuldade de dar e receber o perdão rezemos por essa pessoa, alimentemos bons sentimentos em nosso coração.
É um caminho difícil? Com certeza, mas, o Senhor nos dá a graça sempre. É pelo amor que Seremos reconhecidos como discípulos do Senhor. ‘’Sede perfeitos como o vosso Pai do céu é perfeito’’. A perfeição de Deus consiste em que ele ama sem fazer distinção de pessoas. Ao Dizer que ‘’Deus é amor (1 Jo 4, 16), o autor está dizendo igualmente que Deus é perfeito’’. Deus nunca desiste de nós, por essa razão não temos o direito de desistir das pessoas. Peçamos ao Senhor que nos ajude a tirar de nossa vida tudo o que é egoísmo e desamor.
