Reflexão litúrgica: Terça-feira, 11/07/2023
14ª Semana do Tempo Comum, Memória de São Bento, abade
Na Liturgia desta terça-feira da XIV Semana do Tempo Comum, vemos, na 1a Leitura (Gn 32,23-33), que se desencadeia uma luta misteriosa com um desconhecido que é o próprio Deus. Jacó luta a noite toda, porque deseja a bênção que preserve sua pessoa e seus bens. Antes de abençoá-lo, o desconhecido lhe dá o nome de Israel, que será o nome do povo da promessa: a bênção não terá em vista pretensões pessoais, mas a formação de um povo. O desconhecido, porém, não revela o próprio nome: Jacó não poderá manipular a Deus, como fez com o pai e o irmão. De Jacó nascerá um povo: este vai ter como missão realizar o projeto de Deus, e jamais poderá trapacear esse projeto sem sofrer sérias consequências.
No decorrer da vida, cada pessoa acaba tendo um encontro decisivo com Deus. No centro desse encontro há uma luta tenaz, em que a pessoa humana acaba reduzida (ferida) nas suas pretensões egocêntricas; mas, ao mesmo tempo, descobre o destino (novo nome) que Deus lhe prepara na história.
No Evangelho (Mt 9,32-38), vemos que a justiça do Reino liberta as pessoas para o discernimento (ver) e expulsa a alienação (demônio) que impede de dizer a palavra que transforma a realidade. A justiça libertadora, porém, provoca oposição daqueles que querem apossar-se da salvação, para restringi-la a pequeno grupo de privilegiados.
Mateus, também apresenta um resumo da atividade de Jesus que é sensível às dores e sofrimentos do povo, abandonado por aqueles que se dizem seus líderes. Essas dores é que orientam o agir de Jesus: ensino, pregação e curas. O desafio é enorme, e para tanto é necessário que outras pessoas, com a mesma sensibilidade, assuma a continuação da obra.
Boa reflexão e que possamos produzir muitos frutos para o Reino de Deus.
Padre Leomar Antonio Montagna é presbítero da Arquidiocese de Maringá, Paraná. Doutorando em Teologia e mestrado em Filosofia, ambos pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná – PUCPR – Câmpus de Curitiba. Foi professor de Teologia na Faculdade Missioneira do Paraná – FAMIPAR – Cascavel, do Curso de Filosofia da PUCPR – Câmpus Maringá. Atualmente é Pároco da Paróquia Nossa Senhora das Graças em Sarandi PR.