Bem-aventurado Inácio de Azevedo, presbítero, e seus companheiros, Mártires

Ao longo dos séculos muitos se perguntaram sobre o sentido de ser católico e o que se deve fazer para ser um bom cristão. Este questionamento é sempre atual, e por isso, a pergunta continua inflamando muitos corações: o que é preciso para ser cristão? À esta pergunta os santos, amigos íntimos de Jesus, nos respondem com suas vidas, mostrando-nos que para ser santo é necessário aderir totalmente ao projeto de Jesus e segui-lo até as últimas consequências, cada um no estado de vida que se encontra. E foi a partir dessa adesão que Inácio de Azevedo e seus companheiros aceitaram o martírio.

Por causa do Reino de Deus, estes homens de fé, enfrentaram o Martírio Voluntário, como caracterizou o Papa Pio V, em 1557, quando se referiu a morte dos Bem-aventurados que hoje celebramos. E para entender melhor a história do Santo de hoje, convido-vos a voltar os olhares para o século XVI com a fundação da Ordem da Companhia de Jesus. Conhecidos como jesuítas desde o início de seu apostolado fizeram da missão uma base do seu carisma. Por isso, muitos deles enfrentaram o martírio; e não foi diferente com Inácio de Azevedo e seus companheiros.

Inácio nasceu na cidade de Porto no ano de 1526; e desde pequeno manifestava grande amor pela Igreja e grande reverencia pelos sacerdotes. Ao observar sua devoção e piedade, todos à sua volta percebiam que Inácio era inclinado a vida religiosa, e não demorou muito para que ele buscasse servir a Deus de maneira mais perfeita. Portanto, ainda muito jovem ingressou na Companhia de Jesus, e com muito empenho se dedicou a vários serviços dentro da Ordem.  Neste período conviveu com muitos missionários e ouvia atento as experiências que os religiosos haviam vivenciado. Desta maneira, nutriu profundo desejo de partir em missão além-fronteiras.

Sabendo que Inácio almejava a missão e que era muito obediente, o ministro geral o enviou para o Brasil.  Permanecendo em missão por um determinado período observou a urgência de mais missionários para atender as necessidades desta terra recém colonizada e que possuía um território muito vasto. Portanto, retornado à Europa apresentou esta necessidade, solicitando o envio de mais missionários para as terras brasileiras.

Tendo a Ordem aceitado seu pedido, Inácio imediatamente embarcou junto aos novos missionários, rumo ao Brasil. Todavia, não conseguiu chegar ao solo brasileiro para dar continuidade a missão que tinha planejado. Pois, durante a viagem, o navio em que ele e seus companheiros se encontravam foi interceptado por cinco navios tripulados pelos inimigos da Igreja que os atacaram violentamente. Mas, por amor a Deus e à Igreja ele aceitou o martírio e buscou tranquilizar seus companheiros exortando-os a se manter fieis e encorajando-os ao martírio, pois esta seria a porta que os conduziria ao céu.

Quando os inimigos entraram no navio mataram-no violentamente e jogaram-no ao mar. E o mesmo aconteceu com seus companheiros, alcançando, assim, a coroa do Reino Celeste para toda a eternidade e ingressando na lista dos mártires. Então, em 11 de maio de 1854 foram beatificados pelo Papa Pio IX, ficando conhecidos como os Mártires do Brasil, já que se dirigiam ao Brasil quando aconteceu o martírio.

Aprendamos co m o exemplo de dedicação que manifestaram estes homens exemplares, e nos doemos sem reservas ao Reino de Deus. Com coragem aprendamos, assim como os Bem-aventurados de hoje, encarar o desafio de ser católico atualmente.

Que Inácio de Azevedo e seus companheiros mártires intercedam a Deus por nós!

 

 


Eduardo Correia Nassar, é graduado em Filosofia, atua como Ministro Auxiliar da Sagrada Eucaristia e Catequista na Paróquia Nossa Senhora do Rosário,  em Rosário do Ivaí PR.